Na madrugada desta sexta-feira (29), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, fez uma thread no Twitter onde listou uma série de desafios do Espírito Santo em relação à varíola dos macacos.
Segundo Nésio, existe a expectativa de que logo logo a doença comece a rodar aeroportos, assim como foi com a covid-19. “A Monkeypox logo sairá do grupo HSH e irá rodar o Brasil pelas rodovias e aeroportos fazendo o mesmo caminho feito pela covid, pois se trata do caminho das pessoas, vírus não possui pernas e cérebro. Podemos levar de 12-24 meses até ter melhor disponibilidade de vacinas”.
Atualmente, o Espírito Santo tem dois novos casos suspeitos da doença em investigação. Ambos são homens, com idade entre 30 e 49 anos, que apresentaram sintomas como febre e erupções cutâneas. Até o momento, o Estado soma 13 notificações. As informações foram divulgadas pela Sesa essa semana.
Ainda de acordo com a pasta, ambos os pacientes encontram-se isolados e estão sendo monitorados pela vigilância epidemiológica municipal. Contatos próximos dos dois homens também estão sendo acompanhados.
As amostras dos pacientes já foram coletadas e seguirão para o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), para fluxo laboratorial da realização de diagnóstico diferencial. Somente depois deste processo é que as amostras serão encaminhadas ao laboratório de referência, no Rio de Janeiro.
Para o secretário, dados apresentados nesta quinta-feira (28), a positividade no Brasil está próxima dos 50% do total de testes realizados. Ele destaca que as principais estratégias de controle, antes da chegada das vacinas, devem ser concentradas em testagem, confirmação, isolamento e rastreamento de contatos.
“É preciso reconhecer o potencial de transmissão comunitária já está estabelecido em todos os estados do Brasil; doença/problema que não se suspeita, não se diagnostica. São Paulo tem mais casos, principalmente, por que testa mais. Tanto na rede privada, como na rede pública”, destacou.
Secretário lista os principais desafios nos próximos dias
Nesta sexta, o Ministério da Saúde lança o Centro de Operações Especiais para monkeypox e aumentar o alerta sobre a doença no país. Ainda na publicação na rede social, Nésio Fernandes listou os principais desafios para os próximos dias. Veja:
– Ampliar rapidamente o critério de testagem e a disponibilidade de testes em todos os Lacen do Brasil;
– Definir protocolos para casos em idades pediátricas e contatos escolares;
– Protocolo de tratamento para casos graves;
– Treinamento em massa de recursos humanos para suspeita e coleta;
– Estratégia de comunicação de risco clara e ampla;
– Política pública para garantir disponibilidade de auxílio financeiro para viabilizar o isolamento de trabalhadores CLY, informais, MEI’s e vulneráveis;
– Incorporação de tecnologias para mapeamento de casos-contatos;
– Encomendar estudos e linhas de pesquisa nacionais sobre a monkeypox e seu comportamento no Brasil;
– Buscar integrar o enfrentamento a monkeypox ao enfrentamento de outras doenças; por que não oferecer outros outros testes rápidos no rastreamento e investigação da monkeypox?
Ainda segundo o secretário, se não forem dedicados esforços reais, uma nova categoria de doenças na epidemiologia pode estar em processo de criação e denomina como “doenças rapidamente negligenciadas”.
Saiba como se proteger da monkeypox
Evite contato próximo com casos suspeitos e/ou confirmados, como toques e beijos, especialmente daqueles que estejam com sintomas visíveis. Mantenha as superfícies limpas e higienize as mãos constantemente com água e sabão ou álcool gel.
Além disso, procure usar máscara caso seja preciso ficar próximo de casos suspeitos e/ou confirmados, como utilizar o mesmo cômodo, por exemplo.
Conheça os sintomas
Estudos recentes demonstraram que o período de incubação (desde a exposição ao vírus até o primeiro sintoma) varia de 5 a 21 dias. Vale lembrar que a transmissão acontece desde o início dos sintomas:
– Febre;
– Dor de garganta;
– Dor de cabeça e no corpo;
-Inchaço nos gânglios;
– Lesões na pele com pequenas erupções que podem se espalhar pelos dedos, mãos, braços, pescoço, costas, peito e pernas.
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