Saúde

Venda de calmantes cresceu 25% no Espírito Santo, segundo Anvisa

Quase a metade (47%) das vendas, é de clonazepam, medicamento conhecido comercialmente como Rivotril

Foto: Jcomp/Freepik

A venda de calmantes aumentou 25% no Espírito Santo, segundo os dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com a alta na procura, especialistas alertam para os riscos de dependência.

No Brasil, são vendidos cerca de 123 mil caixas de calmantes diariamente. No Espírito Santo, o aumento é de 25% E quase a metade (47%) das vendas, é de clonazepam, medicamento conhecido comercialmente como Rivotril.

Nas farmácias do Espírito Santo, o estoque é esvaziado cada vez mais rápido. A pandemia fez crescer a procura desses remédios.

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Um estudo da Organização Mundial da Saúde, de 2019, revelou que o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas em todo o planeta: são mais de 18 milhões de pessoas, 9,3% da população. De acordo com psiquiatra Letícia Mameri, a população brasileira já possui uma característica imediatista típica da ansiedade. 

“Já eramos o país mais ansioso do mundo antes da pandemia começar. Temos um povo com característica cultural muito imediatista, então eles querem o efeito agora. A terceira coisa, que talvez seja O principal motivo, o nosso povo é pobre e essas medicações em gerais são medicações muito baratas”, contou a psiquiatra. 

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Os benzodiazepínicos, são uma classe de medicamentos calmantes com efeito imediato, mas não necessariamente significam um tratamento da doença. Os medicamentos devem ser utilizados em casos pontuais, e sempre com indicação médica. Apesar de barato, para comprá-lo é necessária uma receita específica. 

“Eles são indicados nas crises de ansiedade. O problema não é usar, mas precisar fazer de forma correta com orientação médica. Agora, se eu usar de maneira errada, pode se tornar uma pessoa que fica dependente do medicamento há anos”, ressaltou Letícia. 

Segundo o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo, o uso desses medicamentos pode causar dependência parecidas com a abstinências. 

“Tem casos de pacientes que criam dependência desses medicamentos e quando a necessidade de retirada, podem passar por pelo mesmo processo de abstinência de usuários de drogas ilícitas ou álcool. Então precisamos ter muita atenção ao fazer uso desses medicamentos.”

A recomendação principal para aqueles necessitam desses remédios é não se automedicar, e sim, buscar ajuda médica para manter a saúde mental. 

Evite aquele comprimidinho que um amigo, vizinho ou parente esta indicando que ajudou ele dormir e relaxar. Procure sempre uma ajuda profissional”, orientou Leandro

Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV.