Cuide bem do seu intestino, ele pode ser a causa da dificuldade de perder peso!

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Dr. Felipe Bertollo

Isso mesmo. Diariamente no consultório muitas pessoas relatam a dificuldade em perder peso. Inúmeras dietas, formulas milagrosas e “receitas dos vizinhos”, mas normalmente o resultado é reganho de peso após alguns meses. Quem faz isso?

A literatura vem apresentando algumas situações que nos ajudam a compreender. Por exemplo, ao se colocar dois animais em um ambiente controlado, percebe-se que aquele que não tem o intestino colonizado por bactérias pode comer maior quantidade de alimento sem ganhar peso. Além disso, ao se colonizar o intestino de um animal com bactérias retiradas de uma pessoa magra, esse tende a ficar magro mesmo comendo mais que o mesmo animal que foi colonizado por bactérias de paciente obeso.

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Dessa maneira podemos inferir que a obesidade pode ser “transmitida” por alguma característica, ainda não plenamente conhecida, da flora intestinal. Então, estamos vivenciando o aumento de obesidade, não só por termos acesso a mais alimentos ricos em açúcar, mas também por estarmos compartilhando cada vez mais essas bactérias intestinais que tem como perfil aumentar o peso daqueles que elas habitam.

Outros fatores que não só a flora intestinal interferem na obesidade, por exemplo, o estado emocional. Pacientes ansiosos podem desenvolver distúrbios compulsivos pela comida. Dessa maneira, interferindo muito na qualidade e quantidade de comida. O que vai interferir muito na flora no ganho de peso. Estudos clínicos vem mostrando que a modulação da flora intestinal pode diminuir sintomas de ansiedade e depressão.

Muitas pessoas só de pensar em falar em público já sentem o estomago doer. Outras só de pensar na prova, já sentem o intestino correr… Bem tudo isso é reflexo da interação cérebro-intestinal e hoje em uma gama de doenças relacionadas e esse eixo disfuncional. Antigamente eram conhecidas como doenças funcionais. Tipicamente acontece em paciente jovem, mais comumente em mulheres, que tem alguma tendência a ansiedade ou depressão.

A tecnologia atual já permite o conhecimento da flora intestinal. Esse teste chamado Biouno pode abrir as portas para esse conhecimento.
Por fim, o intestino vai muito além do que cólica. Ele consegue interagir com sistema neurológico, imunológico, nutricional e vários outros. Cuide bem dele. Atividade física, dieta saudável e natural, controle do peso, evitar excesso de açúcar, evitar emulsificantes e evitar processados são primordiais para um intestino saudável.

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Dr. Felipe Bertollo

Mestre pela Santa Casa de São Paulo Professor de Gastroenterologia da EMESCAM Pós graduado em gestão de Clínicas e Hospitais pela FGV