Cuide do seu intestino, ele vai muito além das cólicas!
Durante anos o intestino foi considerado um órgão de baixa complexidade. Por muitos profissionais da saúde se tratava apenas de um tubo que em uma extremidade recebia a comida, no meio digeria e absorvia e, no fim, excretava.
Hoje, a luz de toda ciência e medicina, vê-se que vai muito além das fronteiras alimentares. Na verdade, consiste em um ecossistema delicado, vasto e complexo onde milhares de reações químicas e biológicas responsáveis por diversas interações entre os seres vivos que habitam o intestino e o hospedeiro. Essas interações envolvem sistema neurológico, hormonal, imunológico e outros.
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Quando olhamos as estruturas vivas que estabelecem moradia no intestino, nos deparamos com 10x mais número de bactérias que células no corpo, 100x maior quantidade de material genético que todo corpo humano e mais de 1.000 espécies de bactérias, sem contar vírus, fungos, protozoários e outros. Como em qualquer ecossistema, essa convivência gera em alguns momentos frutos positivos, outros negativos.
Estudos clínicos vem mostrando a associação entre a flora intestinal e o desenvolvimento de doenças. Quando temos predomínio de Akkermansia temos uma menor chance de sermos diabéticos. Ou quando temos um aumento dos Firmicutes temos mais inflamação intestinal. A esse desequilíbrio na flora normal associado ao desenvolvimento de patologias dá-se o nome de disbiose. Inclusive já se tem disponível exames para conhecer os integrantes desse ecossistema.
“O intestino é o segundo cérebro” é uma notável frase que resume a quantidade de neurônios que se tem em todo tubo intestinal. E unem-se com o Zagallo, o famoso ex-jogador e técnico da seleção canarinho já dizia “Vocês terão que me engolir” e também com a sensação de “borboletas no estomago” quando troca-se o primeiro beijo com o amor da vida. Todos esses exemplos são frutos da interação vital entre o intestino, o cérebro e o sentir de sensações. O intestino pode ser a expressão dos seus sentimentos.
Cientificamente falando os trabalhos mostram que modular a flora intestinal é capaz de tratar doenças como depressão e ansiedade. Além disso, a expressão da obesidade pode ser uma doença ligada intrinsecamente aos seres que habitam nossos intestinos. Mas isso vamos contar na próxima coluna… Hoje coma bem, se exercite e tome conta daqueles que moram no seu intestino.