Estresse infantil: como identificar e o que fazer
O estresse tem atingindo também as crianças já que atualmente elas têm uma rotina intensa, com muitos compromissos, cobranças e com pais também estressados.
O estresse é uma arma do corpo que surge em qualquer tipo de ambiente ou situação hostil. Alguns eventos estressantes observados em um estudo com crianças de cinco anos de idade foram devido a: hospitalização dos pais; separação dos pais; exigências disciplinares; hospitalização da criança; sequestro de membro da família, mudança de residência; ausência dos pais; morte de familiar; presenciar dificuldades de relacionamento dos pais; nascimento de irmão e mudança de emprego dos pais (VECTORE; ZUMSTEIN, 2010).
Problemas familiares, ausência de um dos pais ou luto também podem criar situações de bastante estresse em uma criança.
Além disso, na tentativa de tornar os filhos competitivos para o mercado de trabalho no futuro, os pais tendem a sobrecarregar as crianças com compromissos, como aulas de Inglês, Espanhol, computação, música, natação e outros esportes. E assim a criança fica com tempo escasso para fazer uma das principais atividades que lhe promove relaxamento que é brincar e estar na presença dos pais. Estes, devem sempre tentar abolir os fatores estressores dos filhos. Quando não eliminado, o estresse infantil pode acabar prejudicando o desempenho escolar, as relações familiares e sociais, trazendo até mesmo problemas de saúde.
Caso a criança apresente alguns sintomas, é necessário procurar saber se é algo que a criança não consegue dar conta sozinha, e talvez precisa de ajuda psicológica. Os principais sintomas costumam ser: irritação, mesmo quando não há motivo aparente; isolamento (quando a criança deixa de conversar com os pais e amigos e quer sempre ficar sempre sozinha); mudanças no comportamento como, por exemplo, a criança sempre gostou de ir à aula de natação, mas passa a fazer birra toda vez que chega perto do horário da aula; mudança nos hábitos alimentares, mostrando desinteresse pela comida, mesmo pelas que mais gosta; sono agitado e alterado; problemas digestivos: acidez no estômago e reclamações de dor de barriga; ansiedade; agressividade; problemas no desempenho escolar, esportivo ou social.
Antigamente as crianças brincavam na rua descarregando as tensões em brincadeiras que envolviam exercícios físicos, e não se exigia resultados como nos esportes atuais. Hoje, brinca-se em apartamento ou playgrounds de condomínios, e a prática esportiva, por sua vez, quase sempre envolve competição e avaliação de desempenho.
Para um adulto estressado, recomenda-se esporte e lazer; deixar de lado um pouco o ambiente de trabalho e criar tempo livre para praticar atividades prazerosas. A mesma recomendação é feita para uma criança estressada. As crianças precisam ter tempo para estudar, descansar e, principalmente, brincar. É importante que os pais dediquem parte de seu tempo, saindo da rotina, junto com seus filhos, fazendo passeios ao ar livre. Esses momentos de prazer proporcionam relaxamento e descontração e podem servir como recursos de demonstração de carinho, segurança e transmissão de aprendizado, fazendo com que um elo de confiança seja estabelecido entre pais e filhos.
Outra iniciativa importante para evitar o estresse na criança é respeitar o ritmo natural dela. Os ritmos de aprendizagem, crescimento e desenvolvimento são diferentes e os pais precisam saber lidar com isso. Até mesmo entre irmãos há essas peculiaridades, que devem ser observadas e levadas em conta quando se cobra algo de uma criança.