Meu filho tem algum problema? Como e quando agir?
Todos nós como pais temos uma preocupação além da medida com o futuro dos nossos filhos, não é mesmo? E se você soubesse hoje que seu filho ou filha realmente possui um problema que pode levá-lo ao desenvolvimento de um transtorno sério que o tiraria da realização de uma vida feliz e saudável o que você faria hoje?
Ou melhor, que sua omissão geraria efeitos irreversíveis você gostaria de saber como e quando deve agir?
Saulo Gantes Tractenberg , Professor PUCRS, Psicólogo, Doutor e Mestre em Psicologia na área da Cognição Humana pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia da PUCRS afirma que já é sabido na medicina que os efeitos da negligência podem ser iguais ou maiores que os efeitos, até mesmo, de formas de abuso.
O pediatra e neurocientista Dr. Charles Nelson explica que a privação de estímulos nos primeiros anos de vida causa uma série de consequências tais como: QI diminuído, problemas de linguagem, problemas emocionais e sociais.
A pediatra Nadine Burke Harris explica que o estresse constante da violência, da negligência e de pais que sofrem de alguma doença mental ou de problemas como dependência química têm efeitos reais e tangíveis no desenvolvimento do cérebro de uma criança.
A importância de todos nós prestarmos atenção em tudo o que acontece a nossa volta é saber que para uma criança ser levada ao psicólogo em caso de eventual transtorno é a família quem terá que observar e agir para ajudar aquela pessoinha que demonstra através da mudança de comportamento, uma irritabilidade além da medida, ou isolação, por exemplo, que tem algo ali que deve ter uma atenção especial.
A adolescência
Outra fase bem crítica que a maioria dos pais passam é a tal da adolescência, conhecida como a “aborrecencia”. Isso é normal? Como então distinguir a “normalidade” do comportamento fora do padrão dos filhos? Você já se perguntou por que isso ocorre? Gibsi Rocha, médica psiquiatra nos ensina que “A adolescência é uma fase de muitos lutos”.
Quando eu ouvi esta frase pela primeira vez eu fiquei muito impressionada. Como isso não é explicado para as pessoas e os adolescentes são taxados como chatos, desobedientes, impulsivos e isso não é visto como algo mais sério que deva sim ter uma política voltada para seu conhecimento e tratamento? E melhor, o que eu como uma mãe posso fazer?
Nesta fase as perdas acontecem da noite para o dia. Eles deixam de ser crianças, descobrem muitas coisas sobre os pais, sobre a vida que praticamente outro mundo lhes é apresentado sem que eles fizessem a mínima ideia da realidade ou tivessem sido preparados para isso.
Pensa em você como um adulto, se tivesse que se mudar para um país distante, que não soubesse o idioma, nem como faria para ganhar dinheiro. Certamente precisaria de muito tempo e preparação para não sofrer com essa mudança.
Agora imagina uma criança, que sente mudanças em seu corpo, pensamento, sentimentos, sem ter sido preparado, sem ter acolhimento e sem ter um mapa ou um plano para ser seguido em passo a passo, ou qualquer preparação para tudo o que ele está prestes a viver. Isso é muito difícil de lidar, por isso muitos chamam atenção, liberam suas tristezas e decepção através da mudança de comportamento.
Nem toda criança agitada e impulsiva tem TDH, nem toda criança desatenta tem déficit de atenção e não deve mesmo ter este diagnóstico antes de consultar profissionais capacitados para diagnosticar porque isso se a gente pegar para analisar e encaixar toda criança vai ter algum dos sintomas listados pelos médicos, assim como adolescentes problemáticos.
Mas, da mesma forma, nem toda irritabilidade além da medida é esperado por um adolescente por esta fase ser de fato difícil de ser vivida. Isso deve sim ter um acompanhamento de perto.
A família precisa estar unida nesta missão, precisa ser organizada, impor regras e limites, ter uma rotina. Precisa haver envolvimento do pai e da mãe, hora de qualidade com o filho. Ajuda profissional também sempre é bem-vinda. O psicólogo poderá ajudar a família no entendimento com aquilo que está na cabecinha dos pequenos.
A médica psiquiátrica destaca que um outro aspecto fundamental para o tratamento é o vínculo entre pais e filhos. O que o filho gosta de fazer? O que pai/mãe e filho (a) podem fazer juntos?
Deve haver um esforço para acharem um hobby ou uma atividade. Encorajamento de habilidades promove comportando construtivo e não destrutivamente. O elogio, afeto e demonstração de amor vai aumentar a autoestima e tanto a criança e adolescente terão uma resposta positiva o que resultará em melhora em seu comportamento.
Então, se você é um pai ou uma mãe que sente que seu filho (a) tem um problema: AJA! Você poderá ser uma peça chave para mudar o destino do seu filho (a).
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