O que são as funções executivas e qual sua importância para as crianças

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Psi. Renata Bedran

As funções executivas são um grupo de competências cognitivas essenciais que habilitam as crianças a executar atividades cotidianas de maneira estruturada, focada e ajustável. Elas abrangem habilidades como controle inibitório, atenção, memória de trabalho, adaptabilidade cognitiva e competências para planejamento e decisão.

Essas funções atuam como um tipo de “centro de controle” cerebral, auxiliando a criança a controlar seus pensamentos, atitudes e sentimentos em variados cenários.

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Um dos principais processos executivos é o controle inibitório, que capacita a criança a resistir a impulsos instantâneos e a reagir de maneira mais ponderada. Por exemplo, isso é crucial para que a criança aguarde a sua vez de falar ou consiga concluir uma tarefa sem se distrair.

Outra competência essencial é a memória de trabalho, pois permite que à criança guarde informações temporárias enquanto as usa, como ao tentar solucionar um problema de matemática e precisa se lembrar das etapas enquanto faz o cálculo.

A importância das funções executivas no crescimento infantil está diretamente associada ao êxito escolar, ao equilíbrio emocional e à capacidade de estabelecer relações saudáveis.

Crianças com habilidades executivas aprimoradas geralmente apresentam um melhor rendimento escolar, já que conseguem estruturar melhor suas tarefas, compreender instruções complicadas e manter a concentração em tarefas mesmo em meio a distrações. Essas competências também auxiliam na tomada de decisões mais sensatas, o que favorece a interação social e a resolução de conflitos.

Além disso, as funções executivas são essenciais para o autocontrole emocional. Uma criança que é capaz de reconhecer e gerenciar suas emoções é apta a enfrentar frustrações e responder de forma apropriada aos obstáculos. Isso é particularmente relevante durante a infância, um período de grandes descobertas e novos conhecimentos. Frequentemente, as crianças que aprimoram suas funções executivas demonstram maior resiliência, autoconfiança e maior habilidade de adaptação.

Contudo, essas competências não se apresentam totalmente desenvolvidas. Elas são formadas e aprimoradas com o passar do tempo, particularmente em ambientes que proporcionam desafios e estímulos adequados. Exemplos de práticas que estimulam o desenvolvimento das funções executivas incluem:

jogos de memória;
brincadeiras que requerem foco e
atividades que estimulam o planejamento.

Em resumo, as funções executivas são essenciais para que a criança consiga desenvolver-se integralmente, abrangendo desde o desempenho escolar até a saúde emocional e social. O fortalecimento dessas habilidades pode proporcionar uma base sólida para o bem-estar e para o sucesso ao longo da vida.

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Psi. Renata Bedran

Psicóloga Clínica e Educadora Parental em Disciplina Positiva. Certificada em Disciplina Positiva pela DPA-USA. Graduada em publicidade e marketing pela Emerson College, Boston, USA. Pós graduada em Psicologia Hospitalar e Pós graduada em Educação Positiva. Trabalha orientando os pais de crianças da primeira infância em como educar os filhos com respeito e empatia. Atua também como psicóloga infantil. @psi.renatabedran