Paralisia facial: saiba por que acontece e se pode ser revertida

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Dr. Giulliano Luchi

Recentemente viralizou nas redes sociais uma postagem de uma jornalista esportiva jovem, que declarou estar sofrendo de uma paralisia facial.

A paralisia facial periférica de Bell afeta o nervo facial, responsável pela inervação dos músculos da face, resultando em fraqueza ou paralisia súbita nesses músculos, de um lado do rosto. Esta condição leva o nome do cirurgião escocês Sir Charles Bell, que foi um dos primeiros a descrever detalhadamente esse quadro clínico no século XIX. Apesar dos avanços na medicina, a paralisia facial de Bell ainda intriga os profissionais de saúde devido à sua natureza súbita e, muitas vezes, sem causa aparente.

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A paralisia de Bell ocorre quando o nervo facial, se inflama, por razões ainda não completamente compreendidas, embora se acredite que fatores virais, genéticos e autoimunes possam ter relação com a doença. A condição é geralmente unilateral, afetando apenas um lado do rosto, mas em casos raros, pode ocorrer bilateralmente.

SINTOMAS

Os sintomas da paralisia facial de Bell podem se desenvolver rapidamente, muitas vezes durante a noite. A pessoa pode acordar percebendo fraqueza, formigamento ou paralisia em um lado do rosto.

Além da fraqueza muscular, outros sintomas comuns incluem a incapacidade de fechar completamente o olho afetado, diminuição da produção de lágrima e do paladar, produção excessiva de saliva e aumento da sensibilidade ao som em um dos ouvidos. A aparência facial afetada pode tornar-se distorcida, com a boca entortada para o lado sadio do rosto, especialmente quando o paciente tenta sorrir.

Embora os sintomas sejam muitas vezes alarmantes, a maioria dos casos de paralisia facial de Bell melhora espontaneamente ao longo do tempo. Porém, instituir o tratamento de maneira precoce é muito importante, para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação, que tende a ser mais completa nos pacientes que iniciam o tratamento mais cedo. Segundo os estudos, o uso de corticosteroides reduzem a inflamação e contribuem para a recuperação do nervo facial. A fisioterapia também desempenha um papel importante, ajudando os pacientes a manter a força muscular e a prevenir a atrofia.

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Apesar da natureza autolimitada da paralisia facial de Bell, a recuperação pode ser variável de uma pessoa para outra. Algumas pessoas se recuperam completamente, enquanto outras podem experimentar sequelas a longo prazo, como fraqueza residual, espasmos musculares ou alterações na expressão facial. Em casos mais graves, pode ser necessário recorrer a intervenções cirúrgicas para melhorar a função muscular e restaurar a simetria facial.

O diagnóstico da paralisia facial de Bell é clínico, baseado nos sintomas observados e na exclusão de outras condições neurológicas. Exames adicionais, como audiometria, ressonância magnética ou eletroneuromiografia, podem ser realizados para descartar outras causas subjacentes da paralisia facial.

Além do tratamento médico, o apoio emocional também desempenha um papel crucial no manejo da paralisia facial de Bell. A condição pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente, afetando a autoestima e a interação social. O suporte psicológico e o aconselhamento podem ser valiosos para ajudar os pacientes a lidar com os desafios emocionais associados à paralisia facial.

Pesquisas científicas buscam entender melhor os mecanismos da paralisia facial de Bell e desenvolver abordagens mais eficazes de tratamento, para diminuir o impacto na qualidade de vida dessas pessoas e evitar sequelas.

Dr. Giulliano Luchi www.otoclinicaluchi.com.br

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Dr. Giulliano Luchi

Médico. Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia. Professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Membro internacional da Academia Americana de Otorrinolaringologia. MBA em gestão de negócios em Saúde. Formação em Mentoring, Coaching e Advice. @otoclinica_giulliano_luchi