Qual a relação do sexo oral e o câncer de boca?
Há alguns anos, o câncer de boca e orofaringe era uma preocupação que envolvia em sua maioria homens mais velhos com histórico de tabagismo e etilismo.
Contudo desde o início do século 21, foi observado um numero crescente de lesões malignas de boca e faringe em homens e mulheres mais jovens associados a infecções sexualmente transmissíveis pelo papilomavirus humano (HPV) de alto risco oncogênico, principalmente subtipos 16 e 18.
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Há algumas décadas foi demostrado a associação entre o carcinoma espinocelular (o câncer mais prevalente na boca e orofaringe) e o vírus HPV.
Deste modo, é possível afirmar que a prática do sexo oral é capaz de transmitir o HPV de alto risco oncogênico, onde o vírus tem uma grande afinidade para infectar áreas de epitélio mais delicado (que não apresentam queratinização) como as regiões de soalho de boca e região posteriores da língua.
A confirmação científica da associação entre a prática do sexo oral e a infecção sexualmente transmissível HPV e o risco aumentado de câncer de boca e orofaringe permitiu um recente aprimoramento da compreensão do impacto dessa doença no mundo contemporâneo.
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Recentes progressos científicos nesse sentido indicam que a idade (mais precoce) do início da prática do sexo oral e numero de parceiros de sexo oral são fortes fatores de risco, sugerindo que as chances de desenvolvimento de câncer de boca aumentam entre aqueles que já tiveram mais do que cinco parceiros de sexo oral ao longo da vida.
A prevenção esta associada a estratégia de imunização precoce de meninos (entre 11 a 14 anos) e meninas (9 a 14 anos) contra o HPV, que é oferecida de forma gratuita como rotina no Programa Nacional de Imunização, via Ministério da Saúde.
Outro ponto importante é o uso de preservativos (camisinha de vênus) durante o sexo incluindo o sexo oral. Apesar de ser algo amplamente recomendado durante a relação sexual, ainda hoje, várias pessoas têm dúvidas e, por vezes, até acreditam em mitos que envolvem esse hábito.
O uso de preservativos durante toda a relação sexual previne não apenas a contaminação por HPV mas também de inúmeras doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.
Além disso o auto exame da boca que deve ser realizado por todos rotineiramente e consulta anual ao cirurgião dentista, preferencialmente especialista em estomatologia ou cirurgião bucomaxilofacial, para avaliação vai ajudar na detecção precoce de lesões iniciais na boca.