Rinite alérgica: saiba como minimizar a exposição ao pólen da primavera

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Dr. Giulliano Luchi

O pólen é uma substância natural produzida pelas plantas para a reprodução. Embora seja vital para o ciclo de vida vegetal, o pólen pode ser um grande incômodo para milhões de pessoas ao redor do mundo, desencadeando uma resposta alérgica conhecida como rinite alérgica. Essa condição é particularmente comum durante a primavera e o início do verão, quando muitas plantas estão florescendo e liberando grandes quantidades de pólen no ar.

A rinite alérgica pode causar uma série de sintomas desconfortáveis, como espirros, congestão nasal, coriza e coceira nos olhos. Essas reações ocorrem quando o sistema imunológico reage ao pólen como se fosse uma ameaça, liberando mediadores químicos, como a histamina, que causam inflamação e irritação nas vias respiratórias.

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O pólen é um pó fino que contém gametas masculinos das plantas. Ele é essencial para a polinização, o processo pelo qual as plantas se reproduzem. Muitas plantas, incluindo árvores, gramas e flores, liberam pólen no ar para ser transportado pelo vento até outras plantas, onde ocorre a fecundação. Algumas plantas também dependem de insetos, como abelhas e pássaros, para carregar o pólen de uma planta para outra.

As partículas de pólen são tão pequenas que são invisíveis a olho nu, mas podem viajar longas distâncias pelo ar. É durante essas jornadas que as partículas podem ser inaladas pelos seres humanos, desencadeando reações alérgicas em pessoas sensíveis.

A alergia ao pólen ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa identifica erroneamente o pólen como uma substância perigosa, como se fosse um vírus ou bactéria. Ao identificar essa ameaça, o corpo começa a liberar histamina e outros mediadores químicos, que causam inflamação e produzem os sintomas clássicos da alergia.

Essa resposta imunológica exagerada ocorre principalmente nas vias respiratórias e nas mucosas do nariz e dos olhos. Quando o pólen entra em contato com as mucosas nasais, o corpo reage imediatamente, causando inchaço nos tecidos, aumento da produção de muco e irritação, o que resulta nos seguintes sintomas:

-Espirros: Um dos primeiros sinais de que o corpo está tentando expulsar as partículas de pólen.

-Coriza: Produção excessiva de muco no nariz, levando ao gotejamento nasal.

-Congestão nasal: O inchaço das membranas nasais dificulta a passagem de ar, levando à sensação de nariz entupido.

-Coceira: Sensação de coceira no nariz, garganta e olhos.

-Lacrimejamento: A inflamação também pode afetar os olhos, causando vermelhidão e lacrimejamento excessivo.

Nem todo pólen provoca reações alérgicas. O pólen que causa alergias geralmente vem de plantas que dependem do vento para espalhar suas partículas. Entre os principais tipos de pólen que afetam os alérgicos, destacam-se, pólen de árvores, flores, gramíneas e ervas daninhas.

A intensidade da alergia ao pólen pode variar de acordo com vários fatores, incluindo:

-Concentração de pólen no ar: Dias quentes, secos e ventosos tendem a ter maiores concentrações de pólen no ar, o que aumenta a chance de exposição e sintomas mais intensos.

-Hora do dia: As concentrações de pólen geralmente são mais altas pela manhã e no final da tarde, o que pode agravar os sintomas durante esses períodos.

-Localização geográfica: Pessoas que vivem em áreas rurais ou perto de parques e florestas podem estar mais expostas ao pólen do que aquelas que vivem em áreas urbanas densas.

-Clima: A chuva pode ajudar a reduzir temporariamente os níveis de pólen no ar, já que lava as partículas para o chão. Por outro lado, períodos de seca podem aumentar a quantidade de pólen.

Embora seja impossível evitar completamente a exposição ao pólen, especialmente durante as estações de alta polinização, há várias maneiras de minimizar a exposição e os sintomas alérgicos, como evitar atividades ao ar livre nos períodos da manhã e no final da tarde, quando os níveis de pólen são mais altos, manter as janelas fechadas, especialmente nos dias de maior concentração de pólen, usar ar-condicionado com filtros adequados , lavar o corpo e os cabelos após passar tempo ao ar livre pode ajudar a remover partículas de pólen que se prendem à pele e aos cabelos e trocar e lavar as roupas após sair de casa ajuda a remover o pólen acumulado nos tecidos.

Se a prevenção não for suficiente para evitar os sintomas, há uma variedade de tratamentos disponíveis para aliviar as alergias ao pólen. Devemos buscar orientação médica especializada, que poderá nos orientar um tratamento seguro, podendo envolver:

-Antihistamínicos: Medicamentos que bloqueiam a ação da histamina, reduzindo sintomas como espirros, coriza e coceira.

-Descongestionantes: Podem aliviar a congestão nasal, mas seu uso prolongado não é recomendado.

-Corticosteroides nasais: Medicamentos em spray que reduzem a inflamação nas vias nasais, oferecendo alívio mais duradouro.

-Imunoterapia: Para casos mais graves, a imunoterapia, ou “vacina de alergia”, pode ajudar a dessensibilizar o corpo ao pólen ao longo do tempo.

Adotando algumas medidas de prevenção e buscando tratamento especializado quando necessário, é possível controlar os sintomas e desfrutar das estações de alta polinização sem tanto sofrimento.

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Dr. Giulliano Luchi

Médico. Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia. Professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Membro internacional da Academia Americana de Otorrinolaringologia. MBA em gestão de negócios em Saúde. Formação em Mentoring, Coaching e Advice. @otoclinica_giulliano_luchi