Tosse persistente: pode ser coqueluche?
A tosse persistente vem afetando muitas pessoas após quadros gripais e resfriados, principalmente após a pandemia de COVID-19. A tosse persistente pode representar várias doenças associadas. Uma das causas mais preocupantes da tosse persistente é a coqueluche, uma infecção respiratória altamente contagiosa.
Entender a relação entre a tosse persistente e a coqueluche é crucial para o diagnóstico, tratamento e prevenção eficazes dessa doença, que pode ser muito debilitante.
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A tosse é caracterizada como persistente quando dura mais de oito semanas. Ela pode ser seca ou produtiva, e sua causa pode variar amplamente. Algumas causas comuns incluem infecções respiratórias anteriores, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), refluxo gastroesofágico, sinusite crônica, uso de certos medicamentos (como alguns anti-hipertensivos) e, em casos mais raros, câncer de pulmão.
A tosse persistente pode afetar significativamente a qualidade de vida do indivíduo, causando insônia, fadiga, dor torácica e até mesmo incontinência urinária. Além disso, pode ser um indicativo de uma doença mais grave que requer atenção médica.
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A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção bacteriana causada pelo Bordetella pertussis. Esta bactéria agride o revestimento das vias respiratórias superiores, causando uma inflamação que leva à tosse intensa e prolongada.
A coqueluche é altamente contagiosa e pode ser especialmente perigosa para bebês, crianças pequenas, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.
A coqueluche geralmente se desenvolve em três estágios:
1. Estágio catarral, na primeira e segunda semanas, onde os sintomas iniciais são semelhantes aos de um resfriado comum, incluindo coriza, febre baixa e tosse leve. Esse estágio é altamente contagioso.
2.Estágio paroxístico, entre a segye oitava semanas, quando a tosse se torna mais intensa e em paroxismos, que são acessos de tosse rápida seguidos por um grande esforço para inspirar, produzindo o som característico de “guincho” (daí o nome tosse comprida). Durante esse estágio, a pessoa pode apresentar vômitos, exaustão e dificuldade para respirar.
3. Estágio de convalescença, que pode durar de semanas a meses, quando a tosse começa a diminuir em frequência e gravidade, mas pode persistir por longo prazo, especialmente com infecções respiratórias repetidas.
O diagnóstico da coqueluche pode ser desafiador, especialmente no estágio inicial, onde os sintomas se assemelham aos de um resfriado comum. Em casos suspeitos, para definir o diagnóstico, podem ser realizados:
– Cultura bacteriana de amostras de secreção coletadas da nasofaringe e cultivadas para detectar a presença de Bordetella pertussis.
– PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), exame que detecta o DNA da bactéria e é um método mais rápido e sensível que a cultura.
– Sorologia específica em amostra de sangue para detectar anticorpos contra a coqueluche.
O tratamento da coqueluche geralmente envolve o uso de antibióticos da classe dos macrolídeos, como azitromicina, eritromicina ou claritromicina, que ajudam a reduzir a gravidade e a duração da infecção, além de prevenir a propagação da bactéria para outras pessoas.
Em casos graves, especialmente em bebês e crianças pequenas, pode ser necessária hospitalização para monitoramento e suporte respiratório.
A vacinação é a melhor forma de prevenir a coqueluche. A vacina DTPa (difteria, tétano e coqueluche acelular) é administrada em várias doses durante a infância.
Adolescentes e adultos também devem receber doses de reforço, para manter a imunidade ao longo da vida. Além da vacinação, medidas de higiene, como lavar as mãos frequentemente e evitar contato próximo com pessoas infectadas, são importantes para controlar a propagação da coqueluche.
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