Toxina botulínica: saiba quando usar e quando não usar
A toxina botulínica é um dos procedimentos estéticos mais realizados em todo mundo. Mais conhecida como Botox, é um dos métodos mais procurados seja por seus notáveis benefícios na melhora da estética ou por sua grande segurança.
A toxina botulínica, o famoso Botox®, é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, uma poderosa substância encontrada na natureza e largamente utilizada em procedimentos estéticos e terapêuticos.
A toxina botulínica, tem sido cada vez mais indicada e utilizada na odontologia para uma variedade de fins terapêuticos e estéticos, entretanto algumas dessas indicações vem mudando com os novos estudos. Alguns dos usos mais comuns incluem: tratamento de rugas faciais e correção de sorriso gengival. Entretanto, seu uso em casos graves de dores miofasciais tem sido questionado quanto aos reais benefícios aos pacientes.
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O uso rotineiro de toxina botulínica para o tratamento de bruxismo do sono, por exemplo, não está mais indicado como padrão nos dias atuais.
A ação da toxina botulínica no bruxismo acontece na musculatura facial periférica (músculos da mastigação), ocasionando uma diminuição da força muscular, mas não tratando o bruxismo do sono, que é de origem do sistema nervoso central, ou seja, cerebral.
Portanto, estudos científicos demonstram que os indivíduos com bruxismo do sono que utilizaram toxina botulínica mantiveram a mesma frequência, duração e número de eventos de contração muscular de bruxismo e muitas vezes, outros grupos musculares são acionados de forma compensatória, para realizar a contração muscular que leva ao ranger o apertar dos dentes.
Por isso, o uso da toxina com finalidade de tratamento não age de forma adequada no bruxismo, sendo percebida apenas pela diminuição da força muscular e dor nos pontos aonde ela foi aplicada. Em alguns poucos casos ela poderá ser utilizada no alívio de dores graves e intensas até ser realizada avaliação e tratamento individualizado do paciente.
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Ressaltando que muitos estudos científicos mostram que os resultados obtidos com a toxina botulínica na melhora da dor muscular facial são similares ou até inferiores aos obtidos com técnicas menos invasivas como a manipulação miofacial com fisioterapia, acupuntura, laser e protocolos medicamentosos.
Além disso, sabe-se que uma grande percentagem dos pacientes com bruxismo do sono desenvolve as contrações da musculatura mastigatória em decorrência a doenças secundárias como a apneia obstrutiva do sono ou refluxo gastroesofágico.
Então devemos inicialmente identificar esses casos e encaminhá-los para adequado tratamento medico. O uso de placas oclusais indicadas frequentemente para proteção de estruturas dentárias, podem até mesmo, agravar o quadro para estes pacientes em questão.
Nos casos do bruxismo da vigília, que é aquele apertamento ou contração dos músculos da mastigação que fazemos durante o dia, também não apresentam indicações que respaldem o emprego da toxina botulínica, visto que esse tipo de bruxismo é um padrão comportamental, muitas vezes associados ao estresse e ansiedade extrema, cujo controle efetivo deve ser feito mediante técnicas cognitivas comportamentais e/ou medicamentosas.
É importante notar que o uso da toxina botulínica na odontologia deve ser realizado por um profissional qualificado, com treinamento específico nesse tipo de tratamento. Além disso, é essencial que o paciente seja cuidadosamente avaliado para determinar a adequação do tratamento e para garantir resultados seguros e eficazes
Por isso, devemos sempre procurar um profissional capacitado e tratamento individualizado para cada caso.