Verão: saiba como se prevenir do câncer de pele
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos.
Você já ficou em dúvida sobre exposição solar, como se prevenir contra o câncer de pele? Nesse artigo eu vou orientar e esclarecer as principais dúvidas sobre exposição solar, riscos e tipo de tratamento. Seguem abaixo as principais dúvidas e orientações:
Exposição solar: qual a maneira adequada e horário de maior e menor incidência solar?
Quanto à incidência solar a gente recebe dois tipos: a radiação ultravioleta ‘A’, que corresponde ao dia todo, do amanhecer até às 18 horas, esse sol é o que causa mais danos ao envelhecimento da pele, manchas e perda de colágeno, ou seja, qualquer radiação ao longo do dia.
Já entre 10h da manhã e 16h recebemos outro tipo de radiação, a ultravioleta ‘B’, que está mais relacionada ao câncer de pele, e nesses horários os cuidados devem ser redobrados.
Quais as principais orientações sobre a necessidade de se proteger contra a radiação solar?
Para se proteger das radiações solares, além dos filtros solares específicos para cada tipo de pele, a roupa também confere uma proteção física, principalmente com tecidos mais grossos, bonés, chapéus, que sempre são uma proteção a mais, lembrando que as áreas do corpo descobertas devem estar protegidas do protetor solar.
O uso de protetor solar vale para todos os momentos de lazer e trabalho e também em dias nublados?
O protetor deve ser usado nos momentos de lazer dia a dia, inclusive nos dias nublados, pois a radiação ultrapassa as nuvens e chega na pele. Quais os ricos de câncer? Como perceber uma lesão cancerosa? Quem tem maior predisposição a desenvolver câncer de pele?
Com relação ao risco da exposição, quanto mais clara a pele, mais cuidado se deve ter. Pessoas com a pele, cabelo e olhos mais claros, significa que ela tem menos melanina. Já para quem tem a pele, o cabelo e os olhos mais escuros, possuem mais melanina e mais proteção natural à radiação ultravioleta.
A hereditariedade aumenta a chance de desenvolver a doença?
Claro que a genética também é muito importante, então quem tem histórico de câncer de pele na família, principalmente o melanoma, que é um dos mais graves, tem mais risco e por isso há mais necessidade de cuidados preventivos, como fazer exames com mais frequência e consultas com dermatologista.
Qual tipo de câncer é o mais perigoso? Como tratar, quimioterapia ou radioterapia?
Existem vários tipos de câncer de pele, o mais comum é o carcinoma basocelular, e no geral é o de comportamento mais benigno, pois na maioria das vezes se resolve com a retirada cirúrgica sem risco para saúde e vida do paciente. Já o mais grave é o melanoma, que apresenta uma pinta mais escura e precisa ser detectado rapidamente para se obter 100% de cura.
O tratamento do câncer de pele na maioria das vezes é cirúrgico, em algumas situações pode ser necessária a imunoterapia ou a quimioterapia, mas hoje em dia já há vacina para alguns casos. Existe também um exame que pouca gente conhece, chamado de dermatoscopia digital, que consegue detectar precocemente a lesão de câncer de pele.
Com relação ao paciente se examinar, deve ficar atento às pintas que se modificam, que apresentam variação de cor, com formas assimétricas e feridas que não cicatrizam, são alertas para câncer de pele.
Com a temporada do verão os cuidados com a pele devem ser redobrados? O fator de proteção solar (FPS) mais recomendado? Reaplicação? O tom da pele influencia no fator? Para cada cor e tipo de pele há um filtro mais indicado?
Em relação ao fator de proteção solar, quanto maior, mais elevada será a proteção e a durabilidade na pele também. Então o ideal é usar sempre um filtro solar proteção UVB e UVA acima de 50.
O uso de bonés, chapéus de abas largas, óculos de sol e roupas com proteção UV é indicado para todo mundo?
Sim, essas proteções devem ser usadas por todos. Já as barracas com tecidos de proteção UV não são 100% suficientes, porque na praia a radiação é maior e não vem só de cima, chega da areia e da água também.
Protetor com base é mais eficaz? As cápsulas de protetor solar funcionam ou é só um complemento?
O filtro de cor (protetor com base), chamados de filtro físico, confere uma proteção maior do que os tradicionais brancos que ficam transparente na pele. Ele cria uma barreira que protege a pele, não só da radiação ultravioleta como outros tipos de luz também, como a luz visível, da fria, a de celular e do computador.
Quanto às cápsulas, elas não funcionam como proteção solar. Eu costumo indicar aos pacientes que tem mais sensibilidade ao sol ou que tem certa tendência para o melasma, apenas em determinados casos, pois ela reduz aquela vermelhidão na pele, mas não substitui o filtro solar e só deve ser usada com indicação médica.
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*Dra. Ana Flavia Lemos é especialista em dermatologia, atuou na Santa Casa do Rio de Janeiro como preceptora durante oito anos. Há onze anos atende na clínica que leva seu nome, no Shopping Day By Day, na Praia do Canto.