Você sabia que ranger os dentes pode ser uma sinal de apneia do sono?
Bruxismo noturno e apneia do sono são dois distúrbios relacionados ao sono que, muitas vezes, podem ocorrer juntos, compartilhando mecanismos fisiológicos e influenciando a qualidade do sono do paciente.
O bruxismo, caracterizado pelo ato involuntário de ranger ou apertar os dentes, pode ser classificado em bruxismo do sono e bruxismo em vigília, e está frequentemente associado a distúrbios respiratórios, como a apneia obstrutiva do sono (AOS).
A apneia do sono é marcada por interrupções repetidas da respiração durante o sono devido ao colapso das vias aéreas superiores, resultando em episódios de hipóxia (falta de oxigênio) e despertares frequentes. Estudos mostram que indivíduos com AOS apresentam uma maior prevalência de bruxismo do sono, sugerindo uma relação entre os dois distúrbios.
A teoria principal é que o bruxismo pode ser uma resposta reflexa a episódios de apneia ou hipopneia, ajudando a reabrir as vias aéreas obstruídas durante o sono.
Além disso, a presença de bruxismo em pacientes com apneia do sono pode exacerbar os sintomas e complicar o diagnóstico e o tratamento.
O esforço repetido de ranger os dentes pode gerar consequências musculoesqueléticas, como dores na articulação temporomandibular (ATM) e desgaste dentário, fraturas dentárias, além de intensificar o cansaço diário e a sensação de sono não reparador, que já são característicos da apneia do sono.
O tratamento para ambos os distúrbios pode envolver o uso de dispositivos intraorais, como placas de mordida para bruxismo e aparelhos de avanço mandibular para apneia, além de medidas comportamentais, como mudanças na postura do sono e controle do estresse. Identificar e tratar a apneia do sono em pacientes com bruxismo pode, inclusive, reduzir a frequência dos episódios de ranger os dentes, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Em resumo, a associação entre bruxismo e apneia do sono é complexa e parece estar relacionada a mecanismos compensatórios do corpo para lidar com a obstrução das vias aéreas.
Diagnosticar e tratar ambos os distúrbios, de forma integrada, pode trazer melhores resultados e alívio para os pacientes.