Para muitos estudantes, o início de fevereiro significa a hora de voltar às aulas. Com tantos livros, cadernos e materiais para levar e trazer da escola, muitas crianças e adolescentes podem estar com as mochilas muito pesadas.
Além do problema do peso, usar a mochila de maneira incorreta pode causar lesões musculares. Para tirar as dúvidas dos pais, ou até mesmo dos estudantes, o médico ortopedista Bernardo Terra, reuniu algumas dicas para que o uso da mochila não se torne um problema de saúde.
De acordo com o especialista, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) recomenda que o peso da mochila seja de até 10% do peso da criança. “Ou seja, uma criança de 30 quilos deve ter um peso na mochila de aproximadamente três a quatro quilos. Outra recomendação importante é com relação a altura da mochila. A parte inferior da mochila não pode ser muito abaixo do nível da cintura, nem muito acima do nível dos ombros”, explicou.
O médico disse também que deve haver um cuidado na escolha da mochila. “Outra coisa que a gente fala com os pais das crianças é em relação ao tipo de mochila. (Eles devem) preferir mochilas com alças mais largas, mais confortáveis, de preferência com tiras abdominais, porque isso distribui melhor o peso”.
Segundo o especialista, quando houver necessidade de levar um peso maior na mochila, a orientação é que esses objetos mais pesados sejam colocados no fundo da mochila, de modo que aparte mais pesada fique mais próxima da parte inferior das costas.
Também há orientações para o uso da mochila com rodinhas. “Se a criança preferir usar a mochila com carrinho, é até melhor, mas também tem algumas orientações. […] a alça que segura ela, não pode passar da altura do quadril. Se a mochila estiver muito baixa, acaba tendo uma inclinação lateral da coluna e, se estiver muito alta, você inclina o lado oposto”.
Segundo o especialista, o sobrepeso da mochila, ou o uso incorreto, pode causar contraturas ou tendinites, que acabam causando dores que podem atrapalhar no rendimento escolar e até no convívio social da criança. “Atrapalha a noite de sono e gera uma cascata de eventos que não são interessantes para uma criança”, pontuou o médico.