O ano letivo mal começou e alguns alunos já deixaram de ir para a escola por causa de uma virose que deixa marcas nas mãos, na boca e nos pés. No ano passado, cinco surtos da doença foram registrados em Vitória.
A virose conhecida como ‘mão-pé-boca’ tirou o sono do pequeno Gabriel Zane, de apenas um ano e três meses. Várias bolhas e machucados apareceram no corpo dele. Segundo a mãe do menino, Cecília Zane, a princípio ela achou que o filho tivesse uma gripe.
“Ele apresentava sintomas de nariz escorrendo, então a gente achava que era gripe, por ele estar na creche, por estar desenvolvendo essa situação do convívio com outras crianças. Na terça-feira de carnaval, ele teve uma queda. Começou a ter muita febre e diarreia e apresentar os sintomas de falta de apetite e só querer ficar deitado. Chorava muito”, disse.
O pequeno Vittorio, de onze meses, também passou pelo mesmo problema. A mãe dele, Paula Avanza Cesconetto, contou que o filho teve sintomas parecidos com o de Gabriel. “Ele apresentou os sintomas no domingo de Carnaval, quando a gente notou nos pés, no joelho, nas mãos e atrás da coxa pequenas erupções, como se fossem uma reação alérgica, como se ele tivesse empolado”, lembrou.
De acordo com especialistas, a doença tem transmissão ocorrida por vírus e atinge principalmente crianças de até 5 anos de idade. Segundo a médica pediatra Mariah Almeida, a transmissão pode ocorrer dias antes de a criança apresentar os primeiros sintomas.
“Às vezes a criança só tem uma febre, e a mãe a leva para a creche, mas essa criança já está transmitindo o vírus. Quando a criança tem lesões visíveis e febre, ela precisa ser isolada, porque ali ela transmite também a inflamação através de saliva, tosse, espirro, compartilhamento de brinquedos… Por isso que em creches, em aglomerados de pessoas, é muito comum o aparecimento dessas doenças”, disse.
Apesar de Gabriel e de Vittorio morarem em Vitória, a prefeitura da capital informou, por nota, que casos da síndrome “pé, mão, boca” não são notificação compulsória, ou seja, apenas surtos são registrados. Neste ano, nenhum surto ocorreu, segundo o município, porém em 2019 foram cinco registros.
A doença, conforme a médica pediatra, não é tão perigosa, mas vale o alerta para os pais procurarem o atendimento especializado. “É muito importante a assistência do pediatra, pois você vai comunicar seu médico assistente sobre qual é o sintoma dessa doença e a característica dessas lesões”, afirmou.
* Com informações do repórter Matheus Brum, da TV Vitória / Record TV