Considerados um dos feitos mais impressionantes da medicina moderna, os transplantes são sinônimo de esperança e uma nova chance de vida para milhares de pessoas que aguardam na fila por um órgão. As técnicas são várias e seguem em constante evolução.
O fato é que, quando pensamos em doação, logo vem a cabeça a de órgãos como: coração, rins, córneas e fígado, por exemplo. Porém, existe ainda a de tecidos para transplante de ossos.
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O procedimento é considerado de grande importância no caso de lesões de cartilagem, cirurgias de coluna, sequelas do uso de próteses e até mesmo portadores de tumores ósseos.
Recentemente, os cirurgiões, Julio Cesar Moulin e Brunno Giacomeli, realizaram uma cirurgia de transplante osteoarticular de ligamento de cadáver. No caso específico, foi feita uma revisão do ligamento cruzado anterior (LCA) no joelho do paciente, já operado anteriormente.
O fato é que, por algum motivo, esse paciente teve uma nova lesão, necessitando operar novamente. Dessa vez, foi realizada a cirurgia de transplante de osso. O paciente encontra-se totalmente recuperado.
“A grande vantagem desse transplante, usando o banco de ossos, é que não precisamos fazer duas cirurgias ao mesmo tempo, preservamos o outro joelho do paciente. Assim, a recuperação cirúrgica é mais rápida, com menos dor e menor risco”, revelou Moulin, que é especialista de ortopedia da equipe de joelho do Hospital Meridional de Cariacica.
Apesar de já ter realizado cirurgias semelhantes anteriormente, o cirurgião explicou que essa é um procedimento relevante, pois necessita do ligamento recebido de um banco de ossos.
O hospital onde a cirurgia foi realizada, é o único no Espírito Santo habilitado para fazer o transplante de ossos, ligamento e pele. O local trabalha com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO), um hospital do governo federal do Rio de Janeiro e referência nacional nesta área.
“Quando tenho um paciente que necessita de um transplante músculo esquelético, entro em contato com o banco, eles captam dentro de minha solicitação ou verificam se tem em estoque no freezer. O material se mantém congelado a -100º C e é encaminhado para nós, por avião, na cabine do piloto, como qualquer outro órgão. E assim fazemos o transplante. Ainda não utilizamos a coleta no Estado, utilizamos o material que vem solicitado e adaptamos e modelamos o mesmo ao biotipo do paciente. Importante frisar que este material disponibilizado é totalmente gratuito”, afirmou o especialista do Hospital Meridional de Cariacica.
Vale destacar que o transplante de tecido osteoarticular é muito diferente dos outros órgãos.
Não se deteriora, não tem antígeno, nem anticorpo. Por esse motivo, a pessoa transplantada não precisa tomar remédio para o resto da vida, como os outros transplantes uma vez que o organismo aceita bem o hospedeiro.
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