Saúde

Você já ouviu falar na Dismorfia Snapchat? Ela tem preocupado médicos e especialistas

A dismorfia faz com que jovens desejem ficar parecidos com filtros de aplicativo

Foto: Pixabay
Pesquisa aponta que 2% da população sofre com o transtorno. 

Um novo fenômeno tem preocupado médicos e especialistas da área da saúde. Com o nome de “Dismorfia do Snapchat”, ele se caracteriza pela busca por se parecer com as fotos manipuladas em aplicativos como Snapchat e Facetune. Esses recursos permitem que seus usuários alterem a fisionomia de forma drástica. Como a vida real geralmente é muito diferente daquela imagem que foi distorcida para ser publicada nas redes sociais, o que se vê são consultórios repletos de pessoas que não se identificam com a própria foto.

Pesquisas apontam que cerca de 2% da população sofra do transtorno, que ainda é pouco conhecido e, por isso, de difícil diagnóstico. Além da busca pela beleza a qualquer custo, uma grande preocupação é com o nível de diferença entre a realidade e o que está na tela. Para se ter uma ideia, o próprio Snapchat, aplicativo que deu nome ao transtorno, é capaz de fazer transformações extremas em poucos cliques, como alongar os cílios, modificar a mandíbula, corrigir todo o tipo de imperfeições no sorriso e diminuir a cintura. Isso faz com que fique praticamente impossível a um profissional conseguir alcançar o resultado pretendido por esse paciente, seja ele dentista, cirurgião plástico ou mesmo esteticista.

“O que vemos na prática é uma busca pela beleza inatingível e irreal, utilizando práticas pouco saudáveis e até arriscadas. E, claro, não se trata de apenas querer melhorar a aparência. O distúrbio envolve questões psicológicas mais profundas, que precisam ser avaliadas e tratadas com cautela”, explicou a mestre em Saúde Pública e doutora em Radiologia Odontológica Márcia Gabriella Barros.