O Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo (MPT-ES) investiga se o caminhão autônomo que opera no Portocel, em Aracruz, traz riscos aos trabalhadores. O veículo, que não precisa de motorista, utiliza inteligência artificial e está sendo usado para transportar celulose nas vias internas do porto.
A preocupação do órgão é em torno de possíveis riscos em caso de falha no sistema do automóvel. A investigação é sobre a segurança no trabalho e legislação para comportar essa tecnologia dentro do ambiente.
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Caminhão autônomo: preocupação com acidentes
O procurador do Trabalho, Djailson Martins Rocha, que está à frente da investigação, informou que são várias possibilidades que podem ocasionar um acidente de trabalho.
“Por exemplo, defeitos nos numerosos sensores que permitem a condução autônoma, incorreções na programação dos algoritmos de controle e comportamento inadequado em situações críticas, como incêndios, vazamentos e alagamentos”, disse.
De acordo com o MPT-ES, diversas disposições regulamentares precisam ser cumpridas antes do início da operação de veículos autônomos em áreas em circulam trabalhadores portuários, conforme as normas regulamentadoras (NR 1, NR 12 e NR 29).
O terminal portuário deve comprovar que avaliou rigorosamente os riscos derivados da operação de veículos autônomos nas suas áreas operacionais.
Além disso, deve informar aos trabalhadores sobre os riscos e as medidas de prevenção e segurança adotadas para eliminar ou reduzir o risco de acidentes.
Os funcionários também devem ser informados sobre a operação de caminhões sem motorista nas vias e áreas de circulação de pessoas do terminal. Também é necessária atualização do regulamento de tráfego de veículos nas instalações portuárias.
Caso a avaliação de risco entenda necessário, é preciso, ainda, realizar treinamento dos trabalhadores quanto aos riscos e medidas de proteção sobre os veículos autônomos.
Responsáveis pelo caminhão autônomo reafirmam segurança
Por nota, o Portocel e a Lume Robotics, responsáveis pelo caminhão autônomo, informaram que o caminhão autônomo opera em ambiente totalmente controlado.
O veículo, segundo as empresas, é dotado de uma série de dispositivos de segurança capazes de detectar e responder rapidamente caso identifique obstáculos em seu percurso.
A nota segue informando, ainda, que o veículo autônomo passou por 12 meses de testes nas áreas internas do porto, percorrendo 4.500 km e acumulando mais de 400 horas de movimentação assistida, integrado à operação.
“O interesse do Ministério Público do Trabalho em conhecer melhor essa inovação tecnológica, que contribui para aprimorar a segurança dos trabalhadores, é muito bem-vindo e estamos prestando os esclarecimentos necessários”, dizem as empresas.
Caminhão tem tecnologia com visão computacional
Operando sem nenhum tipo de intervenção humana, a tecnologia é resultado de um projeto iniciado em 2019. Foi desenvolvido com o objetivo de aplicar inovações tecnológicas para revolucionar a logística portuária.
O caminhão dispõe de vários dispositivos de segurança, capazes de detectar e responder rapidamente caso identifique obstáculo em seu percurso.
A tecnologia usada no veículo tem visão computacional, mapeamento, localização, planejamento de rotas, tomada de decisão, controle e central de operações.