Nos últimos dias, uma nova preocupação surgiu para quem utiliza o celular diariamente, seja para lazer seja para o trabalho. Por que aparelhos simplesmente explodiram nos bolsos de seus usuários. O que faz um celular explodir?
Um dos casos ocorreu na cidade de Anápolis, em Goiás, quando uma mulher estava dentro de um mercado, fazendo compras. A vítima sofreu diversas queimaduras e precisou ser levada ao hospital.
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Já a segunda ocorrência ocorreu em um ônibus do sistema Transcol, em Guarapari, na tarde de terça-feira (11). Ninguém ficou ferido, mas uma fumaça densa cobriu todo o coletivo após a explosão.
A verdade é que a explosão dos aparelhos está ligada a diversos fatores, que vão desde os bolsos muito apertados à utilização de carregadores inadequados.
O especialista em tecnologia Jackson Galvani, que assina a coluna Folha Digital no Folha Vitória, deu algumas dicas sobre como se precaver destes problemas.
Especialista explica o que faz um celular explodir
De acordo com Galvani, frequentemente as baterias são as grandes vilãs quando o assunto é a explosão dos aparelhos.
Isso porque elas são feitas de íons de lítio, que são componentes essenciais para o funcionamento dos dispositivos. Entre os principais fatores apontados e os riscos, o especialista considera os seguintes pontos:
- Danos físicos e compressão: se o seu celular ficar muito apertado, como em bolsos muito justos ou se você acabar sentando sobre ele, a bateria pode sofrer danos. Esses impactos podem causar vazamentos e, em casos extremos, até explosões.
- Superaquecimento: deixar o aparelho exposto ao sol por muito tempo ou em ambientes com temperaturas muito elevadas pode fazer com que ele aqueça além do ideal, aumentando as chances de a bateria falhar.
- Uso de carregadores inadequados: é sempre melhor usar carregadores e cabos originais ou recomendados pelo fabricante. Produtos de qualidade duvidosa ou condições de carregamento em ambientes úmidos ou muito quentes podem causar uma sobrecarga, prejudicando a bateria.
- Defeitos de fabricação: embora seja menos comum, às vezes ocorrem problemas na montagem ou na qualidade dos componentes, o que pode representar riscos mesmo em aparelhos que passaram por testes rigorosos de segurança.
- Exposição a líquidos: quando um celular entra em contato com água ou outros líquidos, os componentes internos – especialmente a bateria – podem ser danificados. Isso pode levar à corrosão e até causar um curto-circuito que, em situações extremas, pode resultar em explosão.
- Impactos e quedas: embora a compressão por si só seja um risco, quedas e impactos fortes podem causar rachaduras internas na bateria. Essas pequenas fissuras podem, com o tempo, comprometer a estrutura da bateria e provocar vazamentos.
- Baterias falsificadas ou de baixa qualidade: substituir a bateria do aparelho por uma de procedência duvidosa pode ser arriscado. Baterias que não cumprem os padrões de segurança podem não ter os mecanismos de proteção necessários para evitar sobrecarga ou falhas internas.
- Falhas no gerenciamento de energia (Firmware): o software que controla o carregamento e a descarga da bateria também é crucial. Atualizações mal implementadas ou falhas no firmware podem levar a um gerenciamento inadequado da energia, sobrecarregando a bateria e aumentando o risco de danos.
- Acúmulo de poeira e detritos: durante o uso ou até mesmo no processo de fabricação, partículas de poeira podem se acumular e criar pontos de contato indesejados. Esses pequenos resíduos podem causar curtos-circuitos, afetando a estabilidade da bateria.
Como evitar que a bateria exploda?
Galvani explica que a combinação de fatores de risco pode causar reações adversas nas baterias. Isso significa que o dispositivo pode falhar e liberar muita energia de uma vez só, isso causaria a explosão.
Para evitar esse cenário, o especialista conta com algumas recomendações para manter o aparelho seguro:
- Use apenas acessórios oficiais: opte sempre pelos carregadores e cabos recomendados pelo fabricante. Isso ajuda a garantir que o seu aparelho receba a carga de forma segura.
- Proteja o celular do calor excessivo: evite deixar seu celular exposto à luz direta do sol ou em ambientes muito quentes, como dentro de um carro estacionado.
- Cuide de como você o armazena: procure não guardar o celular em bolsos que fiquem muito apertados ou em locais que possam pressioná-lo demais, principalmente se você já notou que ele esquenta mais que o normal.
- Fique atento ao desempenho da bateria: se o seu aparelho começar a esquentar muito, inchar ou funcionar de maneira estranha, é hora de procurar um técnico para dar uma olhada.
- Siga sempre as recomendações do fabricante: não deixe de ler o manual de uso e as orientações de segurança do seu celular. As fabricantes costumam alertar para não comprimir a bateria, expô-la a líquidos ou a fontes de calor excessivo.
Fique de olho nos sinais de superaquecimento
Além disso, é bom ficar de olho em sinais de superaquecimento. Se o aparelho ficar muito quente ou até pegar fogo, é importante se afastar imediatamente. E se necessário, utilizar um extintor de incêndio de Co2, para conter as chamas.
Assim que o fogo for contido, a recomendação é acionar os serviços de emergência para garantir que tudo seja resolvido com segurança.
Os recentes episódios de explosões de celulares, como o caso de Guarapari, nos lembram da importância de cuidar bem dos nossos aparelhos. Embora esses incidentes sejam raros, tomar precauções como usar acessórios originais, guardar o celular de forma segura e monitorar o estado da bateria pode fazer toda a diferença. Fique atento, e se notar qualquer coisa fora do comum, não hesite em procurar ajuda técnica especializada, explica Galvani.
Marcas que mais apresentam problemas
Com base em recentes depoimentos, alguns modelos e marcas se destacam nos relatos de explosões ou combustões de celulares, de acordo com Galvani.
Apesar disso, o especialista alerta que que esses incidentes são relativamente raros e geralmente estão relacionados a problemas com baterias ou ao uso inadequado do aparelho, e não necessariamente refletem a qualidade geral da marca. Dentre os problemas, destacam-se:
- Apple: diversos incidentes foram reportados com modelos como o iPhone 6, iPhone 6S e iPhone 8 Plus. Esses casos, embora antigos, chamaram muita atenção por causa da gravidade dos acidentes – incluindo explosões durante o carregamento ou até mesmo quando o aparelho não estava em uso.
- Xiaomi: modelos como o Redmi Note 9S e o Xiaomi 11 Lite também aparecem com certa frequência em relatos. Um caso notório envolveu um Redmi Note 9S que explodiu no bolso de um caminhoneiro, enquanto o Xiaomi 11 Lite teve incidentes relacionados a adulterações na bateria.
- Samsung: entre os modelos da Samsung, o Galaxy A5 foi um dos citados em casos de explosões no Brasil. Outras gerações mais antigas (como o Galaxy S2, S3 e até o Galaxy Note 2) já tiveram relatos de explosões, embora esses incidentes sejam de períodos mais remotos.
- Motorola: recentemente, o Moto E32 ganhou destaque após ter entrado em combustão em um caso ocorrido em Goiás. Mesmo sendo um modelo da linha básica da Motorola, esse incidente chamou a atenção e levou a empresa a investigar a situação com uma análise técnica detalhada.