Oferecer uma oportunidade de renda para pessoas de baixa renda, que vivem em vulnerabilidade social. Esse é o objetivo do espaço Cozinha Comunitária Marcus Buaiz, que foi inaugurado nesta quinta-feira (11).
O espaço fica na Rua Novo Horizonte, no bairro Resistência, na região da Grande São Pedro, em Vitória. Nele, serão realizados cursos de formação e qualificação profissional para pessoas de comunidades carentes.
O primeiro curso será voltado para a produção de bolos. Nessa primeira turma, estão inscritas 15 mulheres, mães de crianças que já integram o projeto desenvolvido na região pela ONG Rede Protagonista, que também ficará responsável pela cozinha comunitária.
“Cerca de 95% dessas mulheres estão desempregadas. Esse curso é extremamente importante para elas. E elas vão aprender a fazer o bolo do começo até o final, ou seja, produzir e vender: precificar o produto, etiquetar e colocar na embalagem para venda. Elas vão acompanhar todo o processo de produção até chegar na venda”, destacou o CEO da Rede Protagonista, Gilmar Lima.
As aulas serão ministradas por uma moradora do bairro, que já tem experiência na produção de bolos. “A professora é uma confeiteira muito conhecida aqui na comunidade e faz bolos muito bons. Agora estamos também mapeando todas as pessoas que se inscreveram como voluntárias nesse projeto, para atuar em outros cursos, que abriremos futuramente”.
Quem tiver interesse em se cadastrar como voluntário do projeto, poderá acessar o perfil da Rede Protagonista no Instagram e clicar no link que aparece na bio da página. A Rede Protagonista faz parte da rede de ONGs Gerando Falcões, que atua em comunidades carentes de todo o Brasil, gerando oportunidades aos mais necessitados.
Cozinha comunitária também poderá ser usada para produção
De acordo com Gilmar Lima, a medida que novos cursos forem abertos, haverá divulgação nas redes sociais da Rede Protagonista. As inscrições serão sempre gratuitas e as vagas limitadas, até porque ainda é necessário seguir as medidas preventivas contra a covid-19.
O responsável pela ONG destacou ainda que, além de bolos, a Cozinha Comunitária Marcus Buaiz possui estrutura para produzir salgados, tortas e pizzas. Além dos cursos, o espaço poderá ser usado pela comunidade na produção daquilo que for vendido.
“Muitas vezes a pessoa se qualifica, mas não tem estrutura para tocar seu negócio. A ideia é que as pessoas usem o espaço para empreender e fazer lá toda a sua produção. E não colocamos barreiras com relação ao local onde a pessoa mora. O espaço é voltado para todos que precisam melhorar sua qualificação no mercado de trabalho”, frisou.
Segundo Gilmar, a ideia é que a cozinha comunitária ajude pelo menos 3 mil pessoas por ano. “Dependendo dos recursos que a gente conseguir com nossos parceiros, para que possamos oferecer oficinas em horários diferentes, podemos alcançar cerca de 10 mil pessoas. A ideia é que a cozinha não fique fechada. Queremos que ela funcione em todos períodos, em horários diferenciados, para alcançar ainda mais pessoas”.
Agravamento da pobreza durante a pandemia motivou o projeto
O empresário Marcus Buaiz, que dá nome ao projeto, é um dos idealizadores e apoiadores da cozinha comunitária. Bastante engajado na questão social, ele integra a rede Gerando Falcões e estava em uma visita à Rede Protagonista, quando surgiu a ideia de desenvolver uma ação voltada principalmente para as mulheres de baixa renda.
“A pandemia nos deu um choque de realidade e nos mostrou que ninguém é melhor do que ninguém. Qualquer um pode ser afetado pela covid, independente se é rico, pobre, negro, branco. Mas muita gente ficou sem condições de sequer ter um prato de comida na mesa”, ressaltou Buaiz.
“Conversando com o Gilmar, pensamos no que a gente poderia fazer no projeto, além do que já é oferecido. E aí veio essa ideia de ajudar a dona de casa a conseguir um emprego durante a pandemia. Ele falou em uma cozinha comunitária, onde a pessoa receberia um curso e construiria o seu ganha-pão, podendo vender bolos, pães e outros produtos dentro da comunidade e fora dela. As pessoas precisam de uma profissão para construir sua própria história e ter um mínimo de dignidade”, destacou.