Trabalho

Você sabia que é possível ganhar dinheiro fazendo lives? Saiba como se tornar um streamer!

Ganhar dinheiro sem sair de casa parece uma coisa impossível, mas não é. O faturamento de um streamer, por exemplo, pode chegar a R$ 20 mil por mês

Foto: Rodnae Productions | Pexels

Você já pensou em ganhar dinheiro fazendo transmissões ao vivo com o seu celular? Muitas pessoas têm apostado nessa profissão, chamada de streamer, que vem crescendo no mercado digital.

“Ganhar dinheiro sem sair de casa” parece uma coisa impossível, mas não é. O faturamento de uma pessoa que atua na área pode chegar até R$ 20 mil por mês.

Para isso, existem diversos aplicativos direcionados especialmente para esse tipo de trabalho que, apesar de ser informal, ajuda muitas pessoas a garantir uma remuneração da plataforma escolhida.

Os conteúdos de uma transmissão ao vivo podem ser variados, mas uma coisa é muito importante: a interação direta com os usuários, como atividades cotidianas.

Os mais buscados são as lives de games, dança, canto e maquiagem artística, que tem como principal objetivo, gerar entretenimento para os seguidores.

Foto: Maria Eduarda Alencar

A agenciadora Karol Falcão

A capixaba Karol Falcão, de 25 anos, seleciona jovens talentosos para começar a lucrar nas plataformas de parceria com sua agência, a KF Agency. Os aplicativos parceiros são o TikTok e LiveMe.

“Trabalho nesse mercado há 4 anos e comecei no aplicativo LiveMe. Neste ano, começamos uma nova parceria com o aplicativo TikTok e nós trabalhamos com eles na parte de transmissões ao vivo”, explicou.

Segundo ela, o trabalho de streamer é uma novidade para muitas pessoas. Com isso, surge muitas dúvidas sobre o que é e como funciona. 

“O streamer é um criador de conteúdo digital que recebe para fazer transmissões ao vivo na internet, exceto de conteúdos que violem as diretrizes dos aplicativos, como, por exemplo, assédio, bullying e nudez”, explicou Karol.

Streamer é uma profissão do futuro?

A oportunidade de fazer o que gosta e ter um retorno financeiro motiva muitos jovens a seguir uma carreira dentro das plataformas. A profissão, que ainda é pouco conhecida, ganhou ainda mais força durante a pandemia.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Vivi Oliveira

Apenas usando o celular e com uma boa conversa com o público, a streamer Vivi Oliveira, de 22 anos, entrou no mercado virtual há dois anos e se encontrou.  

“Quem me incentivou a entrar nesse mundo de lives foi uma amiga que, também durante a pandemia, conheceu o aplicativo. Ela explicou que era um lugar onde você poderia conversar com pessoas e ganhar dinheiro, como se fosse uma live no Instagram. Na época, eu não dei muita bola, então eu não me interessei, mas depois isso mudou”, conta. 

Vivi começou a fazer as transmissões ao vivo após os relatos de sua amiga, que já era streamer há alguns meses.

“Com o passar do tempo, ela ia contando que estava dando retorno financeiro e isso me interessou.  Estava na pandemia, então eu não saia de casa, e pensei que isso poderia ser um meio de ganhar dinheiro. Resolvi entrar e, desde então, não sai mais”, disse Vivi. 

Ao ser questionada sobre ser uma profissão do futuro, Karol afirma que a área já tem destaque atualmente e a tendência é que se torne ainda mais conhecida.  

“Eu acredito que as pessoas estão cada vez mais interessadas em saber a realidade do outro, sabe?! A gente via que no Instagram as pessoas postavam fotos, depois começaram com os stories. Então, cada vez mais que as pessoas se aproximam e conseguem viver e sentir a realidade do outro, elas se interessam”, afirmou.

Por já ter experiência neste mercado virtual, a agenciadora garante que muitas pessoas conseguem conquistar seu espaço e seguidores durante as lives, o que gera um bom retorno financeiro.

“Muitas pessoas pagam para assistir as transmissões, porque elas gostam de ver a rotina de outras pessoas. Por isso, eu acho que é uma coisa que vinga, e muitas pessoas ganham muito dinheiro com isso. Já tive uma pessoa da agência que comprou um apartamento com quatro meses fazendo transmissões. Ela entrou ganhando R$ 20 mil”, contou.

Quanto ganha um streamer?

O lucro de cada streamer pode ser bem diverso, a depender da plataforma usada, pois cada uma tem seu formato de pagamento e requisitos. Desta forma, o lucro  dependerá das metas, horas e dias que o transmissor realiza as lives.

Para entender melhor como e de onde vem o retorno financeiro, a agenciadora explicou como é feito esse ganho nas plataformas parceiras de sua agência.

Segundo ela, durante as transmissões, os agenciados têm a oportunidade de ganhar presentes virtuais dos telespectadores, que são convertidos em dinheiro.

“Depende muito do desempenho de cada pessoa. Tem pessoas que vão entrar e já vão estourar de cara, vão ganhar bastantes presentes, vão entender como funciona o aplicativo. Porém, é um processo, é um trabalho por produção. Não conseguimos ter um valor fixo de que todo mundo que entrar vai ganhar, mas existem pessoas que entram já ganhando mais de R$ 10 mil”, explica.

A streamer Vivi também relatou que quando iniciou, logo veio o retorno financeiro. Ela afirma que ganhou mais do que o seu salário como estagiária. 

“Quando eu comecei a ganhar dinheiro, eu tinha acabado de começar o meu primeiro estágio e o valor que tirei como streamer já era maior que o valor do estágio, mas mesmo assim eu continuei. Eu fazia meu estágio durante o dia e a noite, após a faculdade, eu fazia as lives”. 

Mesmo após a conclusão da graduação em Relações Públicas, Vivi investe seu tempo na frente da telinha para conquistar sua independência. Através dos presentes virtuais que ganha durante as transmissões, ela afirma que já fatura mais do que um salário mínimo.

“Esse ano de 2022, eu finalizei a minha faculdade e pude me dedicar mais as lives. Então, eu comecei a ganhar (dinheiro) muito mais. Isso me incentivou a ficar, porque é um valor surreal, que é muito além de um salário mínimo, por exemplo. No último mês, eu fiz mais de R$ 10 mil, o que eu nunca conseguiria em um estágio ou como analista júnior da minha área de atuação”, complementou.

É preciso ser agenciado para ser um streamer de sucesso? 

Para ser tornar um streamer oficial e lucrar com isso, é necessário procurar e entrar em contato com uma agência parceira do aplicativo escolhido para fazer as transmissões.

O grande papel da agência é selecionar talentos, apresentá-los para as plataformas e prepará-los com todo suporte e treinamento. Os interessados precisam ter os requisitos necessários, como, por exemplo, ser maior de 18 anos e não violar as diretrizes das plataformas. 

“Os requisitos para ser agenciado diferem entre o TikTok e LiveMe. No Tiktok, por exemplo, a pessoa não pode ter mais de 100 mil seguidores. Os dois precisam ser maiores de 18 anos, não podem ter conta sob aviso e não violar regras”, explicou Karol.

Apesar de muitas pessoas não saberem qual conteúdo oferecer para os internautas, a agenciadora afirma que eles podem ser diversos, mas antes de começar, precisam ter o suporte e orientação da agência.

Quais as vantagens de ser uma streamer?

Embora seja uma forma divertida de ganhar dinheiro, para alcançar as metas e retorno financeiro é preciso ter muita dedicação, muitas horas de transmissões e paciência.

Questionada se existe um segredo para se tornar uma grande streamer, Vivi alega que o mais importante é a constância. “Não tem um segredo. Não é nada do tipo “você precisa ter algo específico para se dar bem nas transmissões”. Não existe disso. Você tem que ter constância”, diz.

Ser uma streamer profissional é ter liberdade geográfica. Porém, mesmo não precisando cumprir horários e dias fixos, é necessário se dedicar ao mesmo nível de um trabalho comum.

“O legal de ser uma streamer é que você tem a liberdade geográfica, você pode estar trabalhando de qualquer lugar que você quiser. Às vezes eu ia para a praia com a minha família e lá eu podia fazer live de onde a gente estava, poderia estar viajando e fazendo lives, o que é muito interessante”, contou.

Além disso, Vivi ressalta a questão de poder trabalhar em qualquer horário que esteja disponível. “Você faz seus próprios horários. Se eu quiser, um dia, trabalhar a noite, de manhã ou de madrugada, eu não preciso ter um padrão, eu posso fazer a hora que eu quiser”, disse.

*Texto da estagiária Gabriela Vasconcellos, com supervisão da editora Thaiz Blunck.