Passar mais tempo com a família e ter uma rotina flexível, somados ao desejo de ganhar mais dinheiro e a frustração com o mercado de trabalho tradicional foram os motivos que levaram várias mulheres a deixarem os empregos e abrirem o próprio negócio.
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É o que aponta a pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), em que 57% das empreendedoras consultadas deixaram o regime CLT para investir em um negócio próprio.
O estudo Empreendedoras Capixabas aconteceu nos últimos três meses e teve como objetivo entender melhor o perfil das empreendedoras capixabas e o contexto social e econômico nos quais vivem.
Atualmente, o Espírito Santo tem mais de 190 mil mulheres comandando seus próprios negócios, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Esse contingente feminino representa 32% do universo total de empreendedores.
Entre as entrevistadas na pesquisa realizada pelo Sebrae/ES, 85,6% gerenciam seus negócios sozinhas, sendo que estão mais presentes nos setores de Serviços (54,1%) e Comércio (38,9%).
Além disso, 53,9% das empreendedoras ouvidas estão registradas como MEI, e 21,91% estão à frente de microempresas ou empresas de pequeno porte. Outras 22,6% operam na informalidade, sem CNPJ.
No que diz respeito ao tempo de experiência, 59% das empreendedoras entrevistadas têm até cinco anos de empresa, e cerca de 24% atuam como empresárias há mais de 10 anos. Aproximadamente 35% delas possuem outro trabalho além do próprio negócio.
Demograficamente, a pesquisa indica que a maioria das empreendedoras (64,6%) tem entre 30 e 49 anos, e aproximadamente 55% delas são pardas ou pretas.
Falta de recurso para abrir o próprio negócio é o principal desafio
Para 49% delas, a principal dificuldade para abrir o próprio negócio é a falta de recursos financeiros. Já a falta de experiência em gestão também foi mencionada por cerca de um terço das entrevistadas.
Outras dificuldades mencionadas foram: insegurança emocional, necessidade de conciliar atividades profissionais e familiares, desconhecimento do mercado, críticas e pouco apoio familiar, além de acesso restrito ao crédito.
Foi o caso de Lorena Rocon, 37, que trabalhava há sete anos na mesma empresa, no setor de marketing, quando decidiu pedir demissão para investir em um food truck de sorvete na chapa, o Rollô, em 2020.
Sem poder colocar um food truck na rua, ela trabalhou por mais dois anos em outras empresas até que, novamente, decidiu se arriscar.
“Eu mantinha a ideia de ter um negócio próprio desde 2017, quando me apaixonei pelo sorvete na chapa. Mas eu sempre ponderei os riscos”, explicou.
73% das empreendedoras no Espírito Santo têm filhos
Segundo a pesquisa Empreendedoras Capixabas, 73% das mulheres que comandam seus negócios têm filhos, sendo que cerca de 60% têm dois ou mais. Além disso, a maioria é casada ou tem união estável.
Jessyca Guasti, 31 anos, trabalhava como assistente administrativo, e a produção de bolos e sobremesas era apenas uma renda extra, sendo os clientes os próprios colegas de trabalho.
A escolha pelo empreendedorismo aconteceu depois de se tornar mãe, durante o período da pandemia da covid.
“Engravidei e tive dificuldades em colocar minha bebê na creche. Optei por sair do trabalho para cuidar dela. Continuei com as minhas encomendas, em casa, e depois de um tempo, em 2022, surgiu a oportunidade de ter uma loja física”, contou.
Hoje, ela se divide entre o atendimento na Jessycakes, localizada em Laranjeiras, na Serra, e a família.
Para comemorar e empreender no mês da Mulher
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, as empreendedoras capixabas poderão participar de cursos e oficinas gratuitas em diversas cidades, oferecidos pelo Sebrae/ES.
A programação pode ser conferida aqui.
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