Trabalho

É possível ser feliz no trabalho? Entenda o real significado de felicidade corporativa

O tema foi discutido no Conexa H, congresso promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), em Vitória, nesta quarta-feira (19)

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: Carol Poleze/Folha Vitória

Quando o assunto é felicidade no trabalho, para alguns pode vir a imagem de funcionários sorridentes e alegres, trabalhando como se não tivessem agendas lotadas e imprevistos. 

No entanto, esse exemplo meramente fantasioso, mas não impossível de acontecer, não resume o que é a felicidade corporativa. O segredo é promover um ambiente diverso, onde há espaço para correlacionar os sentimentos e cultivar a inteligência emocional.

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Esse foi o tema do Painel Felicidade Corporativa, no Conexa H, congresso promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), no Centro de Convenções de Vitória, nesta quarta-feira (19).

Em um palco 360º, o painel reuniu o Fernando Brancaccio, professor de MBA E Pós-graduação no Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Eisntein; Denize Savi, Chief Happiness Officer (CHO) da Chili Beans e Maryana com Y, fundadora do HumorLab.

A felicidade corporativa é um caminho para promover um melhor relacionamento no ambiente de trabalho, buscando fazer com que as pessoas entendem os sentimentos e consigam organizá-los de forma inteligente. 

Para entender que o significado de felicidade não pode ser usado da forma como normalmente já é atribuída, como o exemplo no início desta reportagem, Denize Savi explica que vai muito além do que criar ambientes divertidos nas empresas.

"A felicidade resgata uma luta que o RH conhece muito bem, que é desenvolver um clima organizacional positivo e trabalhar as relações dentro da empresa. Isso não é novo. Quando se fala em felicidade corporativa, as pessoas podem pensar que a empresa vai trazer um ambiente divertido, com ambientes de descompressão: sinuca, videogame, sofás. Mas o trabalho de felicidade começa antes e abrange todos os setores, não só o RH. A felicidade corporativa vem da ciência da felicidade", contou.
Foto: Carol Poleze/Folha Vitória
Painel Felicidade Corporativa

Durante a palestra, foi feita a comparação dos verbos "ser" e "ter" para se referir à felicidade, em uma proposta de atrelar o sentimento aos valores, ao ser humano, e não algo que tenha sua fonte na posse momentânea, algo que vai e volta, como conta Fernando Brancaccio.

"A grande busca do ser humano é ser feliz, não ter feliz. É quando você encontra um propósito no que você faz e tem um prazer de fazer aquilo. É encarar problemas como desafios. O caminho que você está seguindo tem que ser o mesmo que a empresa está te levando, você não pode ir contra os seus valores", explicou.

A discussão também abre espaço para entender a psicologia positiva e manter a saúde mental. O caminho não é ignorar os sentimentos que podem ser os vilões, como a raiva, para buscar a felicidade, mas sim entendê-los. É essa lógica que foi apresentada pela Maryana.

"Quando a gente fala em paz, você também tem caos. Você precisa aceitar raiva, a inveja... nós sentimos tudo isso porque somos seres humanos, precisamos correlacionar os sentimentos que não são prazerosos. Não há sentimento vilão. A gente não planeja sentimento. Sentir é sempre uma surpresa", completou.

No painel, também foram discutidos as formas de inclusão e diversidade para trilhar o caminho da felicidade corporativa. 

Outras sugestões foram apresentadas, como aprender a ouvir os sentimentos dos funcionários, buscar estratégias para que pessoas extrovertidas e introvertidas participem da mesma forma e promover dinâmicas para entender as necessidades de cada funcionário e como adequar à realidade da empresa.

Sobre o Conexa H

O Conexa H é um congresso realizado nesta quarta-feira (19), em Vitória, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES) e está em sua 34ª edição, com palestras, painéis de debate, cases e feira de exposições. Mais de mil pessoas participaram das discussões ao longo do dia.

Foto: Carol Poleze/Folha Vitória

Nas palestras, foram abordados temas como felicidade, segurança psicológica, inovação, diversidade, inteligência artificial e outros assuntos do ambiente corporativo.

Já na feira de exposições, foram cerca de 40 empresas e instituições no Espírito Santo que se organizam em estandes para promover networking, inovação e dinâmicas.

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Assim como o painel de felicidade corporativa, outros painéis abordaram temas como: viés inconsciente; segurança psicológica em ambientes de inovação; comunicação, reputação e engajamento; futuro do trabalho; diversidade geracional; inteligência emocional e artificial; e liderança, tecnologia e saúde mental.

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