Trabalho

Mulheres podem perder mais postos de trabalho para IA que os homens, aponta estudo

Documento aponta que cerca de 30% das horas trabalhadas nos Estados Unidos podem ser automatizada até o fim da década

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Pexels

Um estudo realizado pelo McKinsey Global Institute aponta que, até 2030, as mulheres podem perder mais postos de trabalho que os homens devido os avanços tecnológicos provocados pela inteligência artificial e a automação.

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O relatório com os resultados do estudo realizado nos Estados Unidos foi publicado na última semana. O documento aponta que cerca de 30% das horas trabalhadas no país podem ser automatizada até o fim da década. 

Para a CEO do Acelera Mulheres, Ana Paula França, esse movimento no mercado de trabalho não tem relação direta com questões de gênero. Para ela, ele está relacionado com as atividades que as mulheres atuam no mercado de trabalho.

"A inteligência artificial substituirá trabalhos mais manuais e repetitivos e que, por agregarem menor valor, possuem remuneração mais baixa. O ponto é que as mulheres entraram no mercado há menos tempo e culturalmente ocupam posições em áreas dessa natureza. Então, por consequência, nesse primeiro momento, serão mais afetadas", disse.

Na avaliação de Ana Paula, a longo prazo o cenário deve mudar. Isso porque  competências comportamentais serão mais valorizadas, o que deve favorecer as mulheres.

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Ela lembra ainda que esse não é o primeiro e nem será o último movimento de mudança que põe em discussão demissões em massa ou o futuro do mercado de trabalho.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Ana Paula compara o fenômeno debatido atualmente com a revolução industrial. Durante esse período, a indústria evoluiu, algumas profissões deixaram de existir, mas houve ganho em produtividade, escala e, por consequência, aumento da prosperidade social.

"Minha maior dúvida não é em relação às demissões, mas quais condições estão sendo criadas, em especial na educação, para preparar a mão de obra, mulheres e homens, do futuro. As mudanças continuarão e cada vez mais frequentes. Precisamos estar atentos às mudanças e nos preparar para uma rápida adaptação", reflete.

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Quais as consequências para igualdade de gênero para legislação trabalhista 

Ana Paula lembra que a diversidade no mercado de trabalho tem relação direta com a geração de riquezas. 

"Já está mais que provado que, a médio e longo prazo, diversidade impacta diretamente em geração de riqueza para as empresas e para toda sociedade. Tenho certeza que, apesar da difícil mensuração em função da imensidade de variáveis, teremos impacto negativo na economia e na espera social com a desigualdade de gênero", explicou.

Segundo Ana, o período de transição faz parte de um movimento pendular e, até que se estabilize o novo modelo de trabalho, esse impacto será sentido. No entanto, uma vez estabilizado, a “roda” deve voltar a girar naturalmente.

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Em relação à legislação, o maior impacto, segundo Ana, está relacionado à privacidade dos funcionários.

"O ponto central na questão trabalhista está relacionado à privacidade dos trabalhadores e ao uso ético dos dados coletados pelas máquinas. A supervisão adequada é fundamental para garantir que os sistemas de inteligência artificial sejam utilizados de forma íntegra e transparente, evitando discriminação ou uso indevido de informações sensíveis. Para isso, é fundamental o diálogo entre governo, empresas e sociedade para que juntos encontraremos soluções que equilibrem os benefícios com a preservação dos direitos trabalhistas", finaliza.

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Veja 10 profissões que podem deixar de existir

Perguntamos ao ChatGPT, uma das principais ferramentas de inteligência artificial, quais as profissões que podem perder espaço ou mesmo deixar de existir por conta da IA. Veja a lista:

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