Trabalho

Como mulheres devem reagir a perguntas inconvenientes em entrevistas de emprego

Questões pessoais sobre filhos e casamento são comuns em entrevistas, mas são consideradas discriminatórias por especialistas

Redação Folha Vitória

Foto: Divulgação / Pexel

As entrevistas de emprego deveriam ser um processo justo, focado nas qualificações e experiências dos candidatos. No entanto, muitas mulheres, especialmente mães, frequentemente enfrentam perguntas discriminatórias que seus colegas homens raramente ou nunca ouvem.

Vitória Silva, especialista em recursos humanos, afirma que perguntas como "Você tem filhos? Quem vai cuidar deles enquanto você trabalha?" são extremamente discriminatórias e não ajudam a traçar o perfil profissional adequado para o cargo. “Essas perguntas causam grande desconforto e impactam diretamente a percepção da candidata sobre a cultura da empresa”, explica.

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Taís Albuquerque, mentora e especialista em recursos humanos, enfatiza que o foco de um processo seletivo deve ser nas hard skills e soft skills dos candidatos, e não em questões pessoais. “Essas perguntas são preconceituosas e não avaliam habilidades técnicas”, acrescenta.

Relatos de mulheres impressionam

Mariana Paixão, 41 anos, mãe de 3 filhos e CEO da Melvi Saúde, relata uma experiência pessoal: "Logo que casei, senti que a empresa onde eu estava começou a sondar se eu estava pensando em ter filhos. Em uma entrevista, falaram que não acreditavam que eu daria conta do trabalho por ser mulher e mãe, mas resolveram dar uma chance para eu provar que estavam errados. Acho que foi a oferta de trabalho mais absurda que já recebi.”

Mayara Rodrigues, advogada de 30 anos, também compartilha sua história: "Fui mãe aos 19 anos e, em um processo seletivo de estágio, a gerente me perguntou sobre meu filho. ‘Com quem ele vai ficar enquanto você estiver trabalhando? Se ele ficar doente, tem alguém que poderia levá-lo ao médico?’ Essas perguntas me fizeram refletir sobre a diferença de tratamento entre candidatos do gênero masculino e feminino.”

Ana Paula Nascimento, 31 anos e mãe, ressalta que a responsabilidade de cuidar dos filhos é frequentemente presumida como exclusiva da mãe. “Eu não vejo meus colegas homens receberem esses questionamentos.”

Como se comportar diante de perguntas inconvenientes

Taís Albuquerque aconselha que, embora seja uma situação de pressão, é importante que as mulheres se posicionem de maneira racional. “O ideal seria conduzir a resposta dizendo que não se sentem confortáveis em falar sobre esses pontos e afirmar que vão entregar seus resultados independentemente da vida pessoal.”

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Vitória Silva acrescenta que adotar uma postura tranquila e responder com assertividade e clareza é fundamental. “Mantenha a calma, respire fundo e organize seus pensamentos para demonstrar maturidade emocional. Use a oportunidade para redirecionar a conversa para suas competências e experiências que se alinham aos requisitos da vaga.”

*Com informações do Estadão Conteúdo.

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal.