Um levantamento realizado pelo Grupo Hub, consultoria de RH, revela um aumento de 77% na procura por gerentes e diretores nas empresas brasileiras no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.
A demanda é maior nas áreas de finanças, mineração, agronegócio e varejo e bens de consumo, de acordo com a consultoria, embora apareça também em outros setores.
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Os especialistas do Grupo Hub destacam que os cargos de liderança estão no topo da procura.
“Este comportamento vem se confirmando desde o final de 2023. Ano passado tivemos crise de crédito e layoffs. Com a projeção do PIB deste ano ainda em desaceleração em comparação ao ano anterior, as companhias estão em busca dos melhores talentos para enfrentarem cenários mais desafiadores. Por exemplo, no cenário atual, uma fábrica dificilmente abrirá centenas de vagas. Porém, a mesma fábrica pode estar buscando um grande executivo para maturar seu negócio”, aponta Fernando Guedes, sócio sênior do Grupo Hub.
Outro ponto destacado pela consultoria é que a reboque das questões macroeconômicas, ocorre ainda um maior número de posições executivas abertas no primeiro trimestre de 2024.
“Essas movimentações são cíclicas e normalmente se intensificam a partir de abril e maio de cada ano, já que muitos profissionais preferem esperar as bonificações caírem para se movimentarem. Essa antecipação é outro indício de que as oportunidades no topo da pirâmide corporativa serão mais frequentes em 2024”, ressalta Guedes.
Fernando Perroni, novo sócio do Grupo Hub, explica que o segmento financeiro acaba sendo um bom termômetro da economia local e global, pois as empresas estão de olho em executivos para elevarem a eficiência de suas operações.
De acordo com ele, os segmentos de mineração e agronegócio, por sua vez, estão demandando profissionais com forte expertise em economia global para entender a dimensão de possíveis impactos da crise norte-americana no país.
Já no varejo, a palavra de ordem é criatividade para um setor em recuperação, com uma inadimplência considerável e poder de compra da população reduzido.
Ainda segundo Perroni, com a importância crescente da agenda ESG, as empresas têm exigido executivos cada vez mais atrelados às políticas de diversidade e inclusão.
“A procura é por profissionais que consigam falar não apenas de negócios, mas também de proposito. Quem não estiver ligado na agenda ESG vai ficar obsoleto”.
O especialista também ressalta o aumento de interesse por serviços de C-Level as a service no país.
“É um serviço que traz profissionais de alta gestão, acostumados a exercerem cargos de VPs, CEOs, CMOs, para ocuparem esses mesmos cargos em formato part-time em empresas menores, que não poderiam bancar tais remunerações para um executivo em tempo integral. Dessa maneira, o executivo pode seguir atuando com uma carga horária menor ou até mesmo desenvolver atuação em mais de uma organização ao mesmo tempo”, explica Perroni.