Com as temperaturas recorde alcançadas nos oceanos pelo aquecimento anormal derivado do El Niño, a seca na Amazônia se intensifica. Diante desse cenário, os volumes encontrados em diversos rios estratégicos da região se encontram em uma situação na qual não podemos mais nos cegar. Trechos de rios importantes, como o Negro e o Solimões, que formam o rio Amazonas devem ter vazões abaixo da média histórica, impactando assim na navegação, na geração de energia, no acesso à água e na produção agrícola familiar. De acordo com o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a seca pode atingir um novo recorde ainda neste ano, podendo se estender até dezembro ou janeiro.

A floresta em pé constitui um valor

Mesmo que a região Norte se encontre numa estação de seca, a estiagem deste ano irá ser muito mais intensa do que a registrada em 2010. Além disso, a última grande seca na região aconteceu exatamente nessa época devido aos mesmos motivos. O último boletim divulgado pelo Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental, diz que 42 dos 62 municípios já declararam estado de emergência no estado do Amazonas. A cada dia que passa os bancos de areia ficam cada dia mais visíveis e extensos.

A floresta em pé constitui um valor além do que se pode imaginar, e por isso precisamos buscar maneiras de aproveitar esta oportunidade para criar uma nova economia focada no desenvolvimento sustentável. Frear as mudanças climáticas é urgente. Desastres ambientais estão sendo relatados pelo mundo todo, ameaçando a sobrevivência da fauna, flora, a saúde da população e a produção de alimentos.

Agora, e onde a situação da Amazônia se insere no contexto do ESG?

A seca na Amazônia e os conceitos do ESG estão intimamente relacionados. A seca na Amazônia é um problema ambiental grave que está sendo intensificado pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas. As práticas de ESG são uma maneira de as empresas minimizarem seu impacto ambiental e contribuírem para a sustentabilidade.

As empresas que adotam práticas de ESG estão mais conscientes de seu impacto ambiental e podem tomar medidas para reduzir o desmatamento, um dos principais contribuintes para a seca na Amazônia. Além disso, essas empresas podem implementar práticas sustentáveis, como o uso eficiente da água e a redução das emissões de carbono, que podem ajudar a mitigar as mudanças climáticas que estão intensificando a seca.

As práticas de ESG também incluem a consideração dos impactos sociais das operações de uma empresa. Isso pode incluir o apoio às comunidades locais na Amazônia que são afetadas pela seca. Por exemplo, as empresas podem investir em projetos de conservação da água ou apoiar iniciativas que promovam a gestão sustentável da terra.

Portanto, a adoção de práticas de ESG por empresas e investidores pode desempenhar um papel importante na mitigação da seca na Amazônia e na promoção da sustentabilidade ambiental.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.