Em meio à crise econômica, social e ambiental que assola o planeta, um grupo de mais de 250 bilionários e milionários surpreendeu o mundo ao divulgar uma carta aberta pedindo para pagar mais impostos. O documento, lançado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, é um apelo aos líderes políticos globais para que criem um imposto sobre a riqueza dos mais ricos “para o nosso bem comum”.
Entre os signatários da carta estão herdeiros do império Disney, empresários, investidores, filantropos e celebridades, como o ator Mark Ruffalo. A maioria é dos Estados Unidos e do Reino Unido, mas há também representantes de outros 11 países, como Alemanha, Canadá, França e Itália. O único brasileiro na lista é João Paulo Pacífico, fundador e CEO da empresa de tecnologia Grupo Gaia.
Os milionários patrióticos
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O caso do Brasil
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, segundo o relatório da ONG Oxfam divulgado nesta semana. De acordo com o documento, o 1% mais rico da população brasileira acumula 28% da renda total do país, enquanto os 50% mais pobres ficam com apenas 13%. Além disso, os 42 bilionários brasileiros aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões durante a pandemia, enquanto cerca de 27 milhões de pessoas caíram na pobreza extrema.
Nesse contexto, a iniciativa dos milionários que pedem para ser taxados ganha ainda mais relevância. João Paulo Pacífico, o único brasileiro que assinou a carta, é um exemplo de empresário que defende uma visão mais humanista e responsável dos negócios. Ele é fundador do Grupo Gaia, uma empresa de tecnologia que oferece soluções digitais para diversos setores da economia. Pacífico também é ativista social e ambiental e participa de vários projetos filantrópicos.
Em entrevista ao site Época Negócios, Pacífico explicou por que decidiu aderir à campanha dos milionários patrióticos. Ele disse que considera injusto que os mais ricos paguem proporcionalmente menos impostos do que os mais pobres e que acredita que é preciso mudar esse sistema tributário regressivo. Ele também afirmou que não tem medo de perder dinheiro com essa medida e que prefere viver em um país mais justo e desenvolvido do que em um paraíso fiscal.