A poluição que aquece o planeta causa não só secas severas e inundações mortais, mas um rápido aumento do nível do mar. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, em 2023 o seu ritmo duplicou desde as medições realizadas entre 1993 e 2002, tendo atingido um novo recorde já em 2022. Entretanto, a tendência é que continue por décadas, à medida que as temperaturas aumentam. Afinal, o degelo extremo das geleiras e os níveis recordes de calor no oceanos contribuíram para um aumento médio de 4,62 mm por ano entre 2013 e 2022. Levando a um total de mais de 10 cm desde 1990.
Assim, o aumento do nível do mar ameaça inúmeras cidades costeiras, áreas baixas e ilhas no mundo. A baía de Cartagena vem sendo aos poucos engolida pelo oceano. E as caveiras de um cemitério local atingido é uma das provas das consequências das mudanças climáticas em uma das cidades mais turísticas da Colômbia que, atualmente, corre risco de ficar parcialmente submersa. Além disso, os túmulos destruídos são tão antigos que se desconhece qualquer informação sobre familiares que possam cuidar dos restos mortais, que até então estavam a uma distância segura do Mar do Caribe.
Consequências da elevação do nível do mar
video_secao_media
undefined
Deixaremos à água chegar aos nossos joelhos?
Por fim, destaca-se que as mudanças climáticas não são democráticas, e que as populações mais pobres são as que terão menos recursos para permanecerem resilientes sob tais ameaças, serão as menos capazes de lidar com tamanha força da natureza. Já que a distribuição desigual de poderes e as consequências das mudanças se mostram num cenário de grande injustiça socioambiental.
Sendo assim, a questão que fica é, se realmente deixaremos a água chegar até os nossos joelhos, ou se iremos nos juntar e lutar contra essas mudanças que colocam em risco a nossa própria sobrevivência. Afinal, falamos de nosso povo, então a luta não é só de quem está em Cartagena, Blangladesh, Maldivas e Tuvalu, mas de toda a humanidade.