Ainda em 2023, uma área equivalente ao território do Uruguai foi devastada devido às queimadas, tendo sido perdidos mais de 17,3 milhões de hectares, segundo o levantamento de dados do Monitor do Fogo do MapBiomas. Dessa forma, em comparação com 2022 o país teria registrado um aumento de 6% nas ocorrências de fogo.
O registro destaca que o Brasil atingiu um pico de queimadas entre os meses de setembro e outubro de 2023, com mais de 4 milhões de hectares afetados em cada mês. Além disso, para o mês de dezembro a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo, seguido do Cerrado e do Pantanal que também tomaram posições de destaque. Contudo, ressalta-se que a estiagem agravou a situação, principalmente durante o mês de novembro, onde 60% de toda a área queimada se concentrava no Pantanal.
Estado que sediará a COP30 enfrentou aumento de 572% em dezembro
O Pará, estado que sediará a 30° Conferência das Parte para o Clima (COP 30), apresentou um aumento de 572% em dezembro, quando comparado com o ano anterior. Segundo o MapBiomas, os fenômenos climáticos elevaram as temperaturas e deixaram a região mais seca, criando condições favoráveis à propagação das queimadas. Se não fosse a redução de mais de 50% no desmatamento, diminuindo uma das principais fontes de ignição, é possível que uma área bem maior fosse afetada por incêndios na região.
O Monitor do Fogo revela em tempo quase real a localização e a extensão das áreas queimadas, para que assim seja possível contabilizar a destruição decorrente. Assim, estes ainda conseguem revelar que as pastagens, por exemplo, corresponderam ao uso de terra mais afetado pelo fogo, 28%, seguidas das vegetações de formação campestre, 19%, e formação savânica, 18%.
Brasil precisa assumir seu protagonismo nas questões climáticas
O Brasil tem um papel fundamental no controle das queimadas e no protagonismo nas questões climáticas mundiais, pois é responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, sendo que a maior parte vem da mudança do uso da terra. Além disso, o país é signatário do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.
Para cumprir seus compromissos internacionais e preservar seu patrimônio natural, o Brasil precisa adotar medidas efetivas de combate às queimadas, como o monitoramento por satélite, a fiscalização e a punição dos infratores, o incentivo às práticas sustentáveis de uso da terra, o apoio às comunidades locais e aos povos indígenas, a educação ambiental e a cooperação com outros países e organizações.
O Brasil tem potencial para ser um líder global na agenda ambiental, mas para isso precisa demonstrar vontade política e compromisso com o futuro do planeta e das gerações futuras.