O Brasil, conhecido por sua rica biodiversidade, enfrenta agora um novo desafio ambiental. Com a intensificação das mudanças climáticas nas últimas décadas, associadas à perda de vegetação nativa, algumas áreas do norte da Bahia estão cada vez mais secas e desérticas. A temperatura está aumentando e consequentemente, aumentando o processo de evaporação, fator este que colabora com o aquecimento global.

Uma nota técnica emitida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que foi identifica pela primeira vez desde que se iniciou o monitoramento climático no país, uma região árida semelhante a um deserto. A situação é  preocupante, pois a aridez não é apenas um fator climático, mas um fator que afeta o social.

Impactos na agricultura, produção de alimentos e na saúde pública

É necessário ressaltar que, no Nordeste o clima predominante é o semiárido e apesar da área não ser abrangente, é muito mais fácil pegar fogo. A partir do momento que o ar fica mais seco, isso afeta qualquer atividade, seja ela econômica, como a agricultura, ambiental como a incidência de queimadas ou da saúde como problemas respiratórios, segundo o pesquisador Javier Tomasella do Inpe.

Mas qual de fato é a diferença entre o clima semiárido e árido? Basicamente, no clima semiárido ainda ocorre alguma precipitação mesmo que espaçada, ou seja, existe um longo período de seca entre uma chuva e outra. Contudo, no clima árido seu aspecto principal é a baixa umidade do ar, que acarreta em volumes ínfimos de precipitação anual devido a sua seca extrema.

A sustentabilidade é prosperidade e equilíbrio

A nota aponta ainda que há uma tendência ao aumento da aridez em todo o país, com exceção da região Sul. Contudo, no que tange a questão social isso afeta diretamente a vida das pessoas, a produção de alimentos e a geração de energia, além de aumentar a frequência e a intensidade dos desastres naturais. Dessa forma, o fenômeno se caracteriza por ser um grito de alerta para as mudanças climáticas e para a degradação causada pela atividade humana.

A sustentabilidade está em jogo. A temperatura do solo está aumentando, a água está se tornando escassa e a terra se tornando cada vez mais infértil. O desmatamento e as queimadas estão deixando cicatrizes profundas na paisagem. É crucial investir em uma matriz econômica baseada em produtos sustentáveis. Afinal, a sustentabilidade não é apenas questão de sobrevivência, mas de prosperidade e equilíbrio.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.