A poluição atmosférica tem um alcance global, tendo em vista que o ar está sempre se deslocando, dessa forma, os gases emitidos aqui no Brasil podem chegar até a Austrália ou onde puder imaginar. Além disso, a poluição atmosférica vai muito além apenas da emissão de gases de efeito estufa, apesar de que é comum ouvirmos sobre empresas carbono neutro e net zero. Mas o que é exatamente isso?

Simplificando os conceitos

Os dois termos preveem o fim das emissões de carbono, porém a ação de um em relação ao outro é completamente diferente. Simplificando, a neutralidade do carbono se refere a empresas que conseguem compensar todas as emissões produzidas por sua operação durante determinado período. Já o net zero se refere a empresas que não só eliminam as emissões presentes em suas operações diretas, mas como também as elimina de suas operações indiretas. Importante dizer que as emissões indiretas se relacionam com a rede de fornecedores e clientes que utilizam seus produtos e/ou serviços.

Para empresas que não conseguem reduzir suas emissões, temos uma boa notícia: é possível fazer uma compensação para cada carbono emitido. A compensação de carbono é basicamente uma política ambiental pública que visa a redução ou remoção das emissões por meio de uma troca entre aqueles que emitem e aqueles que geram créditos por não emitirem ou por terem áreas florestadas para reduzir essas emissões. Assim, por meio de parcerias é possível que as empresas colaborem entre si a favor da  preservação ambiental.

Já sabemos que empresas que adotam as melhores práticas ESG e analisam o desempenho de sua empresa como modificadora do ambiente natural e social buscam adotar políticas de adaptação e redução dos riscos que os problemas ambientais podem causar às suas operações. Por meio de ações concretas em sustentabilidade, como o uso da energia renovável que toma outra face ainda mais importante, as empresas  reduzem os níveis de emissões e também contribuem para redução da poluição do ar e para minimizar os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global.

Como posso fazer a diferença no meu negócio?

As empresas precisam começar a identificar e avaliar quais temas são prioridade dentro de sua empresa, para que possam atacar os problemas  levando em conta o contexto socioambiental em que estamos incluídos. Afinal, enquanto para o consumidor local questões quanto ao impacto que determinado negócio irá gerar no ar e na água são questões prioritárias, para as outras partes interessadas, questões relacionadas  a práticas trabalhistas, por exemplo, podem ser mais relevantes. Sendo assim, devemos incentivar as empresas a pensarem em seus projetos imaginando os possíveis impactos que irão causar.

Seguindo essa lógica, se levarmos em conta grandes negócios como indústrias de automóveis e de celulose, questões relacionadas à poluição do ar são de suma importância principalmente para comunidades que vivem em seu entorno, já que afeta diretamente a qualidade de vida dessas comunidades. Contudo, o mesmo vale para pequenos negócios que  realizam delivery por meio de veículos emissores de poluentes. Dessa forma, independente do comércio ser grande ou pequeno é essencial que todos se sintam diretamente responsáveis e se questionem como podem fazer a sua parte para dar sua contribuição para a melhoria nas condições de vida no planeta.

Afinal, o planeta está sufocado e cada ação faz a diferença.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.