As cidades já enfrentam enchentes há milhares de anos, mas as mudanças climáticas têm tornado esses eventos mais extremos. Nos últimos anos, temos observado um aumento na frequência e intensidade das enchentes em várias partes do mundo. Isso se deve a fatores como o aumento das temperaturas globais, o derretimento das calotas polares e o aumento do nível do mar. Além disso, o crescimento populacional e o desenvolvimento urbano inadequado também contribuem para agravar os impactos das enchentes. É crucial que as cidades adotem medidas de adaptação e mitigação para enfrentar esse desafio crescente e proteger suas populações e infraestruturas.
Precisamos falar sobre adaptação das cidades à nova realidade climática
Existem diversas medidas de adaptação que as cidades podem adotar para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e minimizar os impactos das enchentes. As cidades devem desenvolver planos de uso do solo que considerem áreas de risco de inundação. Isso inclui evitar a construção em áreas de várzea, margens de rios e zonas costeiras vulneráveis.
É necessário o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce em áreas de risco para informar os moradores sobre enchentes iminentes e realizar exercícios de preparação e treinamento para garantir que as pessoas saibam como agir durante uma enchente.
Construir diques, barragens e comportas para controlar o fluxo de água e proteger áreas urbanas e investir em sistemas de coleta e tratamento de águas pluviais para evitar o acúmulo de água nas ruas também são ações que precisam ser desenvolvidas. Sem deixar de lado ações de educação e conscientização para educar os moradores sobre os riscos e como se preparar além de promover a conscientização sobre a importância de não jogar lixo nas ruas, pois isso pode obstruir os sistemas de drenagem.
Lembrando que a adaptação às mudanças climáticas é um esforço contínuo e requer cooperação entre governos, sociedade e setor privado.
O Espírito Santo no enfrentamento às mudanças climáticas
No Brasil, 463 cidades – incluindo 11 capitais de estado – ficam em áreas costeiras ameaçadas pela elevação do nível do mar, representando sérios riscos para mais de 50 milhões de pessoas, ou cerca de 26% da população total do país. Algumas cidades já estão explorando formas de construir comunidades resilientes a inundações, secas e outros impactos climáticos. As discussões vêm apontando para três necessidades nas políticas de adaptação climática no Brasil: mobilização de redes e recursos, alavancagem da governança e das pessoas e aproveitamento de dados e ferramentas.
No Espírito Santo algumas medidas estão em curso, como o Programa Capixaba de Mudanças Climáticas que inclui projetos estratégicos como monitoramento e alerta à população sobre eventos extremos, investimentos em infraestrutura hídrica, construção de barragens, e a promoção da mobilidade elétrica. Além disso, o Plano Estadual de Descarbonização visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa promovendo o uso e consumo de energias renováveis. Por fim, o Fundo Cidades, lançado em 2023, investe em todas as microrregiões do Espírito Santo.