O Horasis Global Meeting, evento realizado em Vitória neste final de semana colocou em evidência o papel estratégico do Espírito Santo na facilitação de diálogos e parcerias, atuando como um ponto de convergência entre os diversos estados e países.

Sob o tema “Construindo Pontes para o Futuro”, o evento reuniou uma coalizão diversificada de líderes empresariais de renome, juntamente com ministros e representantes de importantes organizações civis. O fórum visou não apenas fomentar discussões significativas, mas também gerar soluções práticas e inovadoras que possam contribuir para um mundo mais equilibrado e sustentável como o enfrentamento às mudanças climáticas, desigualdade social e a promoção da paz.

“O nosso propósito é oferecer soluções práticas para os desafios enfrentados, indo além de apenas apresentar ideias. Contamos com a participação de investidores, representantes governamentais e membros da sociedade civil. A união destes três grupos possibilita a implementação de ações efetivas para enfrentar as principais dificuldades do momento atual”, disse Frank-Jürgen Richter, presidente da Horasis – uma comunidade de visões globais dedicada a inspirar nosso futuro.

“Qual o tipo de país que o Brasil quer ser dentro do cenário ESG global?”

Com essa provocação Paul Malicki, CEO da Flapper companhia brasileira de taxi aéreo iniciou sua fala fazendo uma conexão com o papel que o Brasil desempenha na dinâmica global. Ele afirmou que, na sua opinião “o Brasil precisa evoluir além de sua condição de país predominantemente agrícola e investir em inovação e tecnologia, especialmente considerando sua posição como potência no mercado de etanol e combustíveis limpos”.

Em sua apresentação, citou uma pesquisa que revela que 70% dos passageiros europeus aprovam a ideia de compensação de carbono mas apenas 30% concordaram em pagar mais por isso. Quando questionados sobre se já haviam pago por essa ação, somente 5% responderam afirmativamente. No Brasil apenas 1% já pagaram para descarbonizar sua viagem.

Seguindo a mesma linha, o Dr. Luiz Claudio Allemand, CEO do escritório de Advocacia Allemand um dos poucos do Brasil em seu segmento signatário do Pacto Global da ONU, disse que o Brasil é um exportador de cérebros e importador de conhecimento: “O Brasil é um grande exportador de cérebros, mas nunca conseguiu um prêmio Nobel. Isso se deve ao fato de que os brasileiros que se destacam na ciência acabam indo trabalhar no exterior”.

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Em outra discussão, o evento abordou a importância de considerar o consumo e suas consequências nas tomadas de decisão destacando a necessidade urgente de práticas empresariais responsáveis, mudando a perspectiva de negócios de uma abordagem linear para um modelo sustentável, eficiente no uso de recursos. 

“O custo de não agir é maior que o de agir”, disse Frank-Jürgen Richter na conferência de abertura do evento, parafraseando Paul Polman, ex-CEO da Unilever. Não temos o luxo do tempo para começar a agir, a necessidade já está instalada e já estamos bastante atrasados.

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.