Antes de discutir os Direitos Humanos, vamos entender sua origem, ou melhor, a tragédia humanitária que impulsionou sua criação. No dia 8 de maio de 1945 as forças nazistas da Alemanha se renderam, dando fim à Segunda Guerra Mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas, durante os 7 anos em que esta ocorreu mais de 40 milhões de civis e 20 milhões de soldados perderam sua vida no conflito. Pessoas foram mortas apenas por existirem. Judeus, crianças, mulheres, negros, homossexuais, idosos e camponeses foram perseguidos e assassinados.

Com o medo e a revolta as pessoas buscaram resgatar a racionalidade humana. O objetivo era lutar contra a opressão e a discriminação, de modo a garantir a liberdade, a justiça e a paz mundial. Sendo assim, 3 anos depois, em 1948 foi criada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que ressalta que todos são livres e iguais em dignidade e direito, sendo dotados de razão e consciência.

Direitos Humanos nas empresas

Trazer essa temática como discussão na área corporativa é estritamente necessária, independente das inclinações partidárias, ideológicas e religiosas da organização. Propor uma agenda focada na não violência e na cultura da paz garante uma abordagem intersetorial que permitirá que uma indústria, por exemplo, ao instalar uma filial em regiões onde os direitos humanos não estão presentes integralmente  possa enfrentar questões como a vulnerabilidade socioeconômica através de uma gestão de riscos.

Assim, caso se torne necessário esta consiga trabalhar na minimização deste impacto. O fortalecimento da gestão atende não só as legislações nacionais, mas mostra o comprometimento da empresa com essas questões.

A avaliação e o acompanhamento da eficácia dos processos produtivos permite identificar deficiências e violações, de forma que seja possível propor medidas que possam reparar e prevenir tais situações. Já que uma gestão focada nos direitos humanos permite a criação de uma cadeia produtiva responsável e consciente.

Quem não gerencia imagem, gerencia crise

Empresas que não se alinham a esse tema podem ter inúmeros impactos em sua reputação, além de poder sofrer com a retirada de investimentos, com a perda de sua licença social e com ações de responsabilização civil e criminal. A existência de políticas públicas que buscam garantir esses direitos e que buscam combater o tráfico sexual, o trabalho infantil e o trabalho análogo a escravidão, por exemplo, não são 100% eficiente, afinal ainda vemos vários casos em todos as regiões do mundo. Seja desenvolvidas em ambientes urbanos como atividades civis, industriais e têxteis, seja no ambiente rural.

A situação atual se encontra longe dos parâmetros idealizados pela Declaração. As organizações devem ajudar os estados e a  sociedade para que se possa concretizar tais objetivos inerentes à vida, para que assim eventos como os que antecederam a Segunda Guerra não voltem a acontecer nunca mais.

 

Agora, e você consumidor? Tem comprado/investido em empresas que prezam pela preservação desses direitos? Que prezam pelo respeito à vida, pelo respeito de seus próximos?

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.