As mudanças climáticas apresentam riscos significativos no que diz respeito à proliferação de vetores e ao agravamento de doenças como dengue, zika e chikungunya no Brasil, de acordo com o alerta feito pela plataforma AdaptaBrasil, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.
O trabalho em questão levou em conta não só as temperaturas máximas e mínimas, mas a umidade do ar e a precipitação acumulada, para assim avaliar a também a vulnerabilidade e a exposição da população a esses vetores.
Chuvas ajudam na proliferação das doenças
A explicação é relativamente simples: uma temperatura maior pode levar a uma maior probabilidade de chuvas em alguns locais, com isso há uma maior proliferação de diferentes mosquitos, insetos que são transmissores dessas doenças, conhecidas como arboviroses.
A dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública no país. Um estudo da Universidade Estadual do Ceará revelou que houve 1 milhão e 400 mil casos de dengue somente em 2022, representando um aumento de 165,36% em comparação com o ano anterior.
Os alagamentos provocados pelos eventos climáticos extremos nos grandes centros urbanos fazem com que o número de casos cresça cada dia mais.
Novos resultados a caminho
Em relação a dengue e zika, os estudos estes deverão ser divulgados nas próximas semanas, no início de 2024, enquanto os resultados da chikungunya estão previstos para o decorrer do próximo ano.
No entanto, o estudo afirma que não apresenta uma situação emergencial nem de ocorrência efetiva. Aponta as condições de infraestrutura, sociais, econômicas e ambientais em determinado município em que, em decorrência de um evento associado às mudanças climáticas, a ocorrência de determinada doença possa ser maior ou não.
Por fim, uma importante solução para o combate dos vetores seria reflorestar dentro e fora dos municípios, já que matas bem cuidadas e preservadas são capazes de fragmentar populações de Aedes aegypti (mosquito vetor da dengue).