No mês de dezembro de 2023, o Deter, sistema de monitoramento, fez um levantamento rápido sobre as alterações da cobertura florestal na Amazônia e identificou 174,92 km² de área desmatada com cerca de 7.470 alertas. Vale ressaltar que o Deter funciona para ajudar na fiscalização de detecção de desmatamento da vegetação dentro da Amazônia Legal Brasileira e do bioma do cerrado, sendo portanto uma estimativa e não um número fechado.
Agora, quando comparamos os dados encontrados esse ano e mês com os dados de 2022 fica evidente uma queda de 229,07 km² para 175 km². Contudo, comparado com novembro de 2023 o desmatamento se manteve estável de certa forma.
Regiões mais desmatadas da Amazônia e alerta para o Cerrado
O estado do Pará lidera a lista dos estados com as maiores áreas desmatadas, totalizando 672 km², seguido pelo Mato Grosso (432 km²), pelo Amazonas (174 km²) e por Rondônia (147 km²).
Contudo, ressalta-se que o Deter emitiu 5.033 avisos de desmatamento no cerrado brasileiro, onde uma área equivalente a 454,57 km² havia sido desmatada apenas em 2023. Com isso, haveria um salto de mais de 40% de desmate da região quando comparado com o mesmo mês em 2022 quando o desmate totaliza 220,49 km².
A grande questão é que a negligência em relação ao Cerrado é histórica e hoje em dia, a pressão da soja está forte no bioma. O Cerrado sempre teve tendência de aumento do desmatamento, mesmo enquanto os índices da Amazônia caíam.
É preciso agir e não apenas contabilizar as oscilações
Iniciar uma avaliação ecossistêmica da Amazônia e do Cerrado é estritamente necessário para que haja a revitalização do mesmo, pois apenas assim poderemos agir para o fortalecimento de suas condições vitais. A contabilização das oscilações não garante mudanças de fato.
Em 2023, o Cerrado ganhou manchetes dentro e fora do Brasil como o bioma mais devastado e ameaçado do planeta e não há nada de novo nessa constatação nem mesmo nos números. Há mais de 10 anos que os desmatamentos no Cerrado superam as taxas da Amazônia. Apenas um esforço coletivo e multissetorial possibilitará uma conciliação da continuidade da produção, com o desenvolvimento de uma economia diversificada, de modo a garantir não só os direitos das comunidades locais, mas também proteger os valiosos ecossistemas do Cerrado.