De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), em consequência das mudanças climáticas e da ocorrência do fenômeno do El Niño derivado do aquecimento das águas do pacífico, 2024 deverá ser mais quente do que o ano passado e com isso devemos experimentar aumento do preço dos alimentos.

O El niño é um fenômeno natural que acontece a cada dois a sete anos, onde o oceano Pacífico equatorial fica até 3°C mais quente que o normal (o que conhecemos como El Niño) ou mais frio (La Niña), desencadeando uma cascata de efeitos climáticos em todo o mundo.

Após queda em 2023, preços podem voltar a subir

Os preços de alimentos e bebidas sofreram deflação no acumulado de 2023, mas a trégua pode acabar. Segundo os especialistas, os preços devem subir como resultado dos efeitos provocados pelo fenômeno El Niño no clima global. Tais consequências envolvem os extremos climáticos e incertezas acerca do volume e distribuição das chuvas.

Todos os gêneros de alimentos devem sofrer impacto na inflação em decorrência do El Niño, mas em especial as hortaliças, legumes e frutas, que sofrem mais com os extremos como muita chuva ou muita seca. Alguns analistas estimam que o fenômeno pode impactar em até 4% o IPCA do ano, índice que mede a inflação brasileira, e pode chegar a 8% no primeiro trimestre de 2024.

Devemos esperar novas ondas de calor

A OMM ainda afirma que o El Niño deve se dissipar apenas entre abril e junho deste ano, dessa forma o fenômeno terá um grande impacto sobre a temperatura global. E com isso, espera-se alterações no regime de chuva, de modo a proporcionar novos eventos de seca e estiagens intensas, além de incêndios florestais com maior frequência no cerrado e na Amazônia. A climatologista Karina Lima, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, afirma que “Não temos como fazer uma previsão exata, mas, se em 2024, teremos condições de El Niño durante parte do ano, temos de nos preparar”.

Vale ressaltar que, apenas em 2023, mais da metade dos 5.568 municípios brasileiros foram afetados devido a algum evento climático extremo, seja devido a tempestades, enchentes ou secas. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil apontou que 2.797 municípios foram reconhecidos em situação de emergência ou calamidade pública. Dessa forma, mais de 14 milhões de pessoas foram afetadas e mais de R$1,4 bilhões foram direcionados para a contenção de danos.

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.