O conceito de ESG traz o ambiental e o social, mas e essa tal de Governança? O G é uma letrinha que traz um conceito tão diferente quanto instigante. Governança corporativa é entender a forma como a empresa é gerida, isto é, desde sua estrutura até ao modo como esta opera. Para tal, alguns critérios são necessários para analisar a governança de uma empresa, como por exemplo, entender a composição de funcionários da alta gestão como conselhos, diretorias e CEO uma vez que deve-se balancear os interesses e trazer outros pontos de vista para que haja uma maior diversidade de opiniões o que favorece a olhar o negócio por todos os ângulos antes de tomar as decisões.

Então me parece razoável entender que o pilar trazido pela letra G do ESG é um dos mais importantes, se não o mais, me arrisco a dizer. Por que é nesse pilar que se consegue implementar os outros dois, o E e o S dentro das empresas. São os tomadores de decisão que tem que comprar a ideia para que todas as três letrinhas possam ser implementadas ao mesmo tempo nas companhias.

Compromissos reais, ações concretas

Basicamente, uma boa gestão que consegue mitigar riscos também consegue se posicionar melhor no mercado e mudar sua percepção quanto a governança da empresa. Assim, ao escolher estratégias conscientes aliadas aos objetivos e princípios éticos, a empresa consegue avançar entre os pilares S e E com mais facilidade.

Isso vale não apenas para grandes corporações, mas para startups, pequenas e médias empresas, considerando que, estas podem ajudar na redução das desigualdades sociais e das mudanças climáticas.

Dessa forma, o G de governança se torna cada vez mais importante, já que as empresas que se comprometem com medidas como redução de emissão de carbono, respeito aos direitos humanos e proteção do meio ambiente são empresas que contribuem para mudanças no cenário atual e que se conectam com a sociedade.

A adoção de estratégias conscientes têm grandes chances de atingir resultados reais em ações de sustentabilidade, isto porque a governança se relaciona com o sistema interno de processos, controles e procedimentos e, ainda, o modo como são tomadas decisões. Assim, é essencial que  haja uma boa coesão entre os objetivos e o modo como os resultados são obtidos. Mas como aplicar isso dentro de uma empresa?

Por meio de pequenos projetos uma empresa pode começar a seguir para uma governança mais corporativa, onde há a divulgação de políticas de remuneração, a fiscalização da gestão, o gerenciamento de riscos, a atualização do código de conduta que estabelece os princípios, normas e valores a serem seguidos. Ou ainda, por meio do fortalecimento da gestão de segurança da informação.

Assim, uma empresa ética e transparente consegue fidelizar seus consumidores ao adotar uma gestão confiável e forte, já que essas são a base para o funcionamento de qualquer empresa. Seguindo esta lógica, devemos começar a fortalecer o conceito de governança, pois é a partir dele que conseguiremos implementar e fortalecer os demais conceitos de Meio Ambiente e Social dentro das empresas.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.