A governança corporativa é o pilar fundamental do ESG, pois sem ela não é possível implementar efetivamente as ações sociais e ambientais e alinhar os objetivos da companhia à criação de valor sustentável. Esse é um tema importante e volta e meia abordamos ele na coluna.  A governança corporativa também é essencial para garantir o cumprimento das normas legais e éticas, bem como para estabelecer uma cultura de integridade e confiança nas organizações.

Os benefícios de uma governança forte

A relação entre governança corporativa e ESG é cada vez mais evidente e relevante no cenário empresarial atual. O ESG representa um conjunto de práticas responsáveis relacionadas a aspectos ambientais, sociais e de governança que visam gerar valor a longo prazo para as organizações e seus stakeholders. A governança corporativa, por sua vez, é um sistema de relacionamento interpessoal baseado em princípios como transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa.

Os benefícios da relação entre governança corporativa e ESG são diversos e podem ser percebidos tanto interna quanto externamente. Internamente, as empresas que adotam boas práticas de governança corporativa e ESG tendem a ter maior engajamento, produtividade, inovação e retenção de talentos, além de menor risco operacional, reputacional e financeiro. Externamente, as empresas que se destacam em governança corporativa e ESG atraem mais investidores, clientes, fornecedores e parceiros, além de contribuir para o desenvolvimento social e ambiental das comunidades em que atuam.

Fator estratégico e competitivo para as empresas

Alguns dados recentes ilustram a importância da relação entre governança corporativa e ESG no mercado financeiro. Segundo um relatório da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, as empresas com melhor desempenho em ESG apresentaram maior resiliência durante a crise provocada pela pandemia de Covid-19 em 2020. Outro estudo da consultoria McKinsey mostrou que as empresas com maior diversidade de gênero e etnia nos cargos de liderança têm mais chances de superar a média do setor em rentabilidade. Além disso, uma pesquisa da agência de classificação de risco Standard & Poor’s revelou que as empresas brasileiras com melhor avaliação em ESG tiveram um retorno médio sobre o patrimônio líquido (ROE) de 13,8% em 2019, contra 9,4% das demais empresas.

Diante desses dados, fica evidente que a relação entre governança corporativa e ESG é um fator estratégico e competitivo para as empresas no século XXI. As organizações que incorporarem o ESG à sua cultura corporativa estarão mais preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do cenário atual e futuro.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.