O filme “Barbie”, de Greta Gerwig, além de ser o filme de maior sucesso lançado pela Warner Bros, este ainda se tornou a maior bilheteria de 2023, tendo arrecadado cerca de US$1,44 bilhões de dólares em venda de ingressos. O filme em si conta a história da Barbie Estereotípica, que vive em um mundo perfeito, na companhia de amigas perfeitas e que acredita inspirar outras garotas, mas que na verdade ao ser transportada para o mundo real, se depara com jovens tristes e insatisfeitas que tentam conhecer o próprio corpo ao mesmo tempo que tentam atender ao que a sociedade impõe como padrão.

A grande questão é que o filme gerou debates sobre os conceitos de beleza e os comportamentos enraizados da sociedade, tendo em vista que “Barbie” alimenta a discussão atual feminista que valoriza o não esterótipo da mulher e afirma que a vida não é apenas um ficção. Portanto, hoje iremos debater um pouco sobre a indústria da moda e beleza ter perseguido por décadas consumidores e copos irreais, e a sua necessidade de se ajustar a um novo padrão que seria justamente não ter padrão.

Idealização do padrão de beleza

A indústria da moda é uma das maiores responsáveis pela idealização dos padrões de beleza, afinal seus desfiles contemplam modelos altas, magras e, em grande maioria, brancas, quando na verdade o perfil de seus consumidores é bem distante daquele que é mostrado nas passarelas.

Entretanto, as gerações millennial e Z já não se encaixam nas caixas pré-existentes e disponíveis, tornando o conceito de “normal” mais amplo e expandido. Contudo, na prática o que vemos é as marcas deixando todo mundo de fora e desenvolvendo produtos a partir de um modelo inalcançável, quando estas deveriam trilhar um caminho totalmente diferente, quando deveriam quebrar paradigmas e buscar novas maneiras de criar e inovar, de modo a incluir a diversidade. Já que o normal é não ter padrão.

Mulheres ainda ocupam menos posições de liderança

A ideia de “normal” e “perfeita” ainda prevalece nas narrativas e até mesmo nos desejos dos consumidores, tendo em vista que a busca pelo corpo perfeito ainda está enraizada na sociedade. Porém, com essas discussões tomando face cada vez mais vemos e veremos fabricantes de roupa apostarem no lançamento de marcas plus size e em pesquisas focadas na compreensão dos corpos brasileiros, por exemplo.

Contudo, ir além do padrão é também incluir a promoção da inclusão dentro da própria indústria de moda e beleza. Afinal, apesar dos esforços, a representatividade de mulheres negras em cargos de liderança na indústria da moda ainda é minoria. A Fashion Institute Technology revelou em algumas pesquisas que mesmo buscando uma maior qualificação profissional, as mulheres ainda ocupam menos cargos de liderança em outros setores do mercado. Frente a tudo isso, é preciso não só uma adequação na indústria da moda, mas sim uma revolução que possa garantir uma verdadeira emancipação feminina.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.