Transição para o Futuro

"O risco do dinheiro agora está sendo atrelado a alguns lastros, como o de sangue e de desmatamento" diz especialista em ESG em Vitória

O desenvolvimento sustentável como farol da inovação foi o tema apresentado em uma palestra do professor Marcus Nakagawa (ou prof. Naka como é conhecido nas redes sociais), durante a abertura da 23ª Jornada Científica e Cultural da FAESA nesta segunda feira (09). O evento vai até o dia 17 de outubro e contará com mais de 100 atividades.

Em uma fala divertida e inspiradora o professor, que é vencedor do Prêmio Jabuti de 2019 na categoria “Economia Criativa” com o livro 101 dias com ações mais sustentáveis para mudar o mundo apresentou a sustentabilidade dentro de uma abordagem histórica passeando levemente por problemas atuais até encontrarmos soluções criativas para dilemas cotidianos, incluindo algumas de nossas inquietudes e incertezas.

Livro dá dicas de como ser de fato sustentável no dia a dia

Sobre vencer um dos mais importantes prêmios literários do Brasil ele diz que “o mais importante foi que o tema da sustentabilidade foi pautado e trazer isso pro dia a dia das pessoas. Quando a gente fala de sustentabilidade, todo mundo acho que é uma coisa muito distante, lá na ONU ou uma coisa só de empresa. E não é!!” disse o professor.

Seu livro traz dicas práticas de como ser sustentável no seu dia a dia e não só na vertente ambiental, trazendo também dicas sociais, econômicas dentro de uma visão da sustentabilidade como um estilo de vida: “são insights pra poder viver efetivamente a partir do desenvolvimento sustentável no mundo aonde você leva em consideração não só a parte econômica, mas também todas as questões ambientais, sociais, culturais e humanas de verdade” finaliza Naka.

Segundo o prof. Naka, a virada de chave que trouxe a questão do ESG como assunto importante na Faria Lima e em Wall Street foi a percepção do risco do dinheiro: “Sempre por conta do risco do dinheiro, o mundo é o risco do dinheiro mas ele agora está sendo atrelado a alguns lastros que antes não eram considerados, lastros de sangue, lastros de desmatamento, lastros de mortes, lastros de perda de biodiversidade que até então não era considerado”, disse.

Como mensagem final de sua inspiradora apresentação, Nakagawa convidou as empresas a acharem o propósito de seu negócio assim como as pessoas devem buscar em suas vidas. Segundo ele, sua missão não pode ser “apenas pagar boletos”, como diverte o professor, mas encontrar o motivo de sua existência para poder deixar um legado para a humanidade.

Todo CNPJ tem por trás uma razão social e esse nome já nos convida a refletir sobre uma motivação para termos um negócio.

E é dessa forma que o professor conclui sua instigante reflexão.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.