No dia 13 de novembro de 2023 o Quênia celebrou o Dia Nacional da Árvore. Nesta data foram plantadas mais de 200 milhões de mudas de árvores, superando a meta estabelecida pelo governo. Com uma população de cerca de 50 milhões de pessoas, cada queniano foi inventivo a plantar pelo menos duas mudas cada, visto que o objetivo do governo era plantar 15 bilhões de árvores em até 10 anos para aumentar a cobertura florestal do país, que atualmente é de apenas 7%.
O plantio de árvores é uma das formas mais simples e eficazes de combater as mudanças climáticas, pois as árvores absorvem o dióxido de carbono da atmosfera e liberam oxigênio. Além disso, proporcionam benefícios sociais, econômicos e ambientais, como a conservação da biodiversidade, a proteção do solo e da água, a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida.
Inovação e tecnologia apoiam a ação
Pensando nisso, o governo disponibilizou as mudas gratuitamente em centros de agências florestais para serem plantadas em áreas já pré-estabelecidas. Para a iniciativa ainda houve a criação de aplicativos na internet que permitiram que os indivíduos e organizações registrassem suas atividades, incluindo o tipo de espécie plantada, o número e a data. Dessa forma, seria possível plantar as mudas em locais apropriados mantendo a transparência e garantindo o monitoramento da atividade.
Entretanto, embora seja uma ideia louvável, algumas questões têm trazido preocupações, como por exemplo, a crise econômica que o país tem enfrentado, o uso em larga escala de espécies exóticas em detrimento das nativas ou adequadas ao ecossistema local e a falta de um controle efetivo sobre a extração de madeira ilegal. Iniciativas como essa devem vir acompanhadas de políticas públicas efetivas, garantindo não apenas quantidade, mas qualidade e eficácia no plantio e na preservação do meio.
Outros países seguiram o exemplo do Quênia
É necessário planejamento, gestão e uma avaliação constante dos resultados, visto que a continuidade e o monitoramento do projeto depende de recursos financeiros, técnicos e humanos para a garantia da sobrevivência e do crescimento das mudas. Sem contar na necessidade de participação e de engajamento da população, que muitas vezes não possui ferramentas, orientações ou incentivos, principalmente considerando o alto índice de pobreza e desemprego presente na região.
Mas não se engane ao achar que o Quênia é o único país que está investindo na arborização. Outros países, como a China, a Índia e o Paquistão, também realizaram campanhas de plantio de árvores em larga escala nos últimos anos. Essas iniciativas mostram o compromisso desses países com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, que são essenciais para garantir o futuro do planeta e das próximas gerações. Dessa forma, a iniciativa deve continuar mesmo após o feriado, de modo a garantir que o esforço coletivo não seja apenas uma ação simbólica ou de marketing institucional.