No primeiro dia da cúpula do clima da ONU, o presidente da COP 28, o sultão al-Jaber, anunciou ao plenário o lançamento de um Fundo de Perdas e Danos de cerca de US$400 milhões para países pobres que sofrem com os impactos advindos das mudanças climáticas. Entre seus contribuintes temos a União Europeia, os Estados Unidos, a Alemanha e outros atores.

Até então, a iniciativa foi vista como uma jogada inteligente e estratégica dos Emirados Árabes Unidos, afinal a iniciativa foi recebida por aplausos prolongados. Mas o que de fato seria esse acordo? A iniciativa perdas e danos referem-se aos impactos advindos de eventos meteorológicos extremos relacionados ao clima, dessa forma seu objetivo é ajudar os países a se adaptarem ao aumento das temperaturas, ajudar nos seus esforços para o controle de emissões atmosféricas e ajudar em destruições originadas por tempestades e secas.

Transição energética domina a pauta

Os Estados Unidos, a França e outros países anunciaram a sua participação na Powering Past Coal Alliance, dessa forma se comprometem em encerrar as atividades de usinas de energia movidas a carvão. O prazo foi fixado para 2035, ultrapassando 5 anos a data considerada ideal para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C até 2050.

Ainda, foi anunciado US$3 bilhões para o Fundo Verde para o Clima, que busca aumentar as energias renováveis e a resiliência climática em todo mundo. Entretanto, o recurso em questão ainda tem que ser aprovado pelo Congresso dos EUA, que é controlado pelo partido republicano, partido o qual a maioria se opõe a medidas para lutar contra as mudanças climáticas.

Seguindo essas notícias, ainda foi comunicado pela União Europeia um recurso de EU 2,3 bilhões para apoiar a transição energética dentro do bloco nos próximos dois anos. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, afirma que “o consumo de energia representa três quartos das emissões globais de gases de efeito de estufa e as energias renováveis ainda não são suficientemente competitivas em muitas partes do mundo”.

O Espírito Santo fazendo bonito

O governo do Espírito Santo lançou durante a primeira semana da COP 8 o Plano Estadual de Descarbonização e Neutralização de Gases de Efeito Estufa, que faz parte da estratégia de mitigação do Programa Capixaba de Mudanças Climáticas. O documento, submetido à consulta pública, apresenta políticas, diretrizes e estratégias necessárias para neutralização das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) no Espírito Santo até 2050. 

O governador Renato Casagrande anunciou também um novo decreto que estabelece medidas administrativas necessárias para transição de uso dos combustíveis fósseis para biocombustíveis, nos veículos da frota da administração pública estadual. Inédita entre os Estados brasileiros, a medida vai permitir que o Espírito Santo deixe de emitir 13.200 toneladas por ano de gás carbônico, o equivalente ao plantio de 2.160 hectares de floresta todos os anos.

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.