Greenwashing. É um termo em inglês que significa “lavagem verde” usado para descrever situações em que empresas enganam os consumidores ao afirmar serem ecológicas e sustentáveis como uma estratégia de marketing. Em alguns casos, vemos empresas gastarem mais dinheiro apenas para parecerem sustentáveis sem de fato tomarem medidas reais de sustentabilidade. O greenwashing se aproveita de clientes bem intencionados que querem fazer escolhas mais responsáveis e conscientes sobre os produtos. Afinal, o governo não regula termos como “natural”, “verde” e  “não tóxico” quando se trata de rótulos de produtos, por exemplo.

A Europa está banindo o greenwashing

Pensando nisso, uma nova proposta legislativa estabelecida pelo Parlamento e Conselho da União Europeia atualizou a lista de práticas proibidas e acrescentou vários hábitos de marketing problemáticos relacionados com o greenwashing e a obsolescência precoce de mercadorias. Essas novas regras tem por objetivo garantir que os consumidores tenham acesso a informações claras, confiáveis e comparáveis sobre a sustentabilidade dos produtos e serviços que os mesmos adquirem. Dessa forma, a proposta busca proteger os consumidores de práticas  publicitárias enganosas  e ajudá-los a fazer melhores escolhas durante suas aquisições.

Mas o que está sendo de fato banido? Alegações ambientais genéricas, como, “naturais”, “biodegradáveis” e “neutralidade em termos climáticos” foram banidas, no caso da falta de desempenho ambiental reconhecido e relevante de determinado produto. Isto é, além de alegações baseadas em regimes de compensação de emissões, rótulos de sustentabilidade não baseados em sistemas de certificação aprovados ou estabelecidos por autoridades públicas e  alegações de durabilidade em termos de tempo ou intensidade de uso em condições normais, se não comprovadas.

Padrões de qualidade para rótulos ecológicos

A proposta ainda pretende estabelecer padrões de qualidade para rótulos ecológicos no intuito de incentivar a reparabilidade, a reutilização e a reciclagem dos produtos. Para que assim a União Europeia alcance a economia circular até 2050, tendo em vista que a proposta visa reduzir o desperdício e promover a inovação, a competitividade e a proteção do meio ambiente. Contudo, para que o acordo se torne lei, será necessário obter o de acordo final do Parlamento e do Conselho. Para tal, haverá uma votação dos deputados prevista para novembro. Se finalizada com sucesso, a diretiva entra em vigor e os Estados-Membros da União Europeia terão 24  meses para incorporar as novas regras em sua legislação.

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.