A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou na terça-feira, dia 12,  que pretende começar a produzir seu primeiro ônibus elétrico no segundo semestre de 2024. O modelo em questão será denominado e-Volksbus e será desenvolvido no centro mundial de engenharia da VWCO, em Resende (RJ), isto é, a mesma unidade responsável pelo primeiro caminhão elétrico feito 100% no Brasil.

Para tanto, a montadora afirma que o modelo já iniciou seus primeiros testes em maio do ano passado e possui capacidade de 22 toneladas, juntamente, com uma autonomia de até 250 quilômetros, com sistema de carregamento voltado ao período noturno para maximização de sua produtividade. Sem contar que, a mesma possuirá proteção contra inundação e sistema de ajoelhamento para facilitar a acessibilidade dos passageiros. Contudo, ressalta-se que a Volkswagen está entrando num mercado atualmente muito disputado pela Mercedes-Benz, Higer e BYD.

Vantagens e Desvantagens do ônibus elétrico

Ainda sim, quando falamos de veículos elétricos falamos de impacto ambiental, afinal a adoção de ônibus elétricos é uma das principais formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades. Mas além da melhoria ambiental, será que sua aquisição apresenta melhorias para aqueles que dependem do transporte? Bom, além de ter um piso mais baixo e facilitar a acessibilidade ao seu interior, este também quase não faz barulho, apresenta um maior conforto e beneficia a saúde e economia urbana. No Espírito Santo já temos até mesmo alguns ônibus circulando desde outubro de 2022.

Além disso ao reduzir o uso dos combustíveis fósseis também damos mais apoio às metas climáticas das cidades e contribuímos com a segurança energética. Contudo, para isso é preciso planejamento em eletromobilidade, pois os custos relacionados a aquisição do veículo elétrico ainda é muito mais elevado quando comparamos com a aquisição de veículos de motor a combustão. Sem contar que, é preciso garagens com uma infraestrutura adequada e com energia suficiente para sua recarga rápida.

Bateria e desenvolvimento

Ainda sim, inúmeros países já vem investindo na eletrificação de seus sistemas de transporte público, no Brasil, por exemplo, o protagonismo se restringe em São Paulo e Curitiba. No entanto, a tendência é que o mercado para o ônibus movido a diesel diminua a cada ano muito embora suas baterias representem um gargalo tecnológico, porque além do custo elevado, há problemas ligados ao ciclo de vida de seus componentes.

Sendo assim, a bateria apesar de durar cerca de 15 anos, ainda é composta por materiais de difícil recuperação, e se lançados nos aterros sanitários, podem provocar impactos como a contaminação da água e do solo. Para tanto, é preciso parcerias e incentivos adequados para que o setor possa se desenvolver mais profundamente no país e para que possa dar condições necessárias ao desenvolvimento de tecnologia adequada à produção de suas baterias.

Felipe Mello Colunista
Colunista
Biólogo, mestre em Sustentabilidade e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência e dois prêmios de melhor Gestor de Projetos do ES.