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2 tiros na cabeça: ator de Vale Tudo tem trágico fim aos 29 anos e deixa Globo em luto até 2025: "Foi cedo"

Ator que viveu jovem acolhido pela personagem Raquel, do elenco original, teve morte trágica no Centro do Rio de Janeiro: "Morte cruel"

Regina Duarte e Fernando Almeida em Vale Tudo (foto/reprodução: X)
Regina Duarte e Fernando Almeida em Vale Tudo (foto/reprodução: X)

Um dos personagens mais simbólicos da primeira versão de Vale Tudo, exibida pela TV Globo em 1988, retorna com nova identidade no remake atual da novela.

Gildo, antes interpretado por Fernando Almeida, dá lugar agora a Gilda, papel que marca a estreia da atriz Letícia Vieira na TV aberta.

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Na versão original, Gildo era um menino de rua que roubava sanduíches de Raquel (Regina Duarte) na praia. No entanto, a relação entre os dois se transforma quando a protagonista vê potencial no garoto, o acolhe e o transforma em um aliado no negócio de alimentação que ela cria.

A história de superação e afeto entre os dois conquistou o público na época.

O ator Fernando Almeida, que deu vida a Gildo, teve sua carreira interrompida tragicamente.

Em 2004, aos 29 anos, ele foi assassinado com dois tiros na cabeça após sair de uma festa no bairro de Realengo, na zona Oeste do Rio de Janeiro. O que motivou o crime foi que o ator se engraçou para a esposa de um traficante da região.

O crime chocou o meio artístico e até hoje é lembrado por fãs e colegas de profissão, além de ter deixado o Brasil de luto.

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QUEM É O NOVO GILDO

No remake de Vale Tudo, escrito por Manuela Dias e com direção de Paulo Silvestrini, Gildo agora é Gilda – uma jovem da periferia que, apesar de ter enfrentado dificuldades e se envolvido em pequenas contravenções, carrega carisma e potencial.

A transformação do personagem acompanha a proposta da nova versão do folhetim: atualizar os temas sociais da novela, incluindo diversidade de gênero, representatividade e os desafios contemporâneos enfrentados pela juventude.

Letícia Vieira, que interpreta Gilda, é considerada uma das apostas da Globo para a dramaturgia.

Antes de Vale Tudo, ela já era conhecida por seu trabalho na série Vermelho Sangue, ainda inédita no Globoplay, onde contracena com Alanis Guillen. Agora, ela assume o desafio de reinterpretar um papel que, embora com novo nome e contexto, preserva a essência da narrativa original.

A Gilda representa muitas meninas das comunidades brasileiras. Ela é esperta, batalhadora e tem sede de mudança. Essa personagem me emociona porque traz a possibilidade de mostrar outras formas de afeto, acolhimento e transformação social, afirmou Letícia em entrevista.

A ALIANÇA DE GILDA E RAQUEL

Na nova versão, Raquel é vivida por Taís Araujo, que traz uma leitura contemporânea para a personagem. Dona de uma força admirável, Raquel trabalha vendendo sanduíches na praia e encontra em Gilda uma aliada inesperada. A jovem passa a ajudá-la nas vendas ao lado de Daniela, interpretada por Jessica Marques – outra personagem que também representa a renovação do elenco e das temáticas sociais abordadas na novela.

Se na primeira versão o desfecho de Gildo envolvia sua inclusão na família de Ivan (Antonio Fagundes), agora Gilda traça um caminho próprio, onde suas decisões e trajetória serão centrais para a construção de sua identidade e futuro.

A transformação do personagem, além de ampliar a representatividade feminina nas tramas de horário nobre, presta uma homenagem silenciosa ao legado de Fernando Almeida, relembrando seu talento e a importância de sua passagem pela TV brasileira.

A HISTÓRIA DO REMAKE

A nova Vale Tudo estreou em março deste ano com a missão de reviver uma das novelas mais aclamadas da história da televisão brasileira. A versão atualizada conserva os pilares da trama original – como ética, ambição, desigualdade e corrupção -, mas apresenta novas abordagens, personagens mais diversos e discussões contemporâneas.

Com um elenco que mescla veteranos e revelações, a novela vem conquistando o público e se posicionando como uma das maiores apostas da emissora para 2025.

A presença de nomes como Cauã Reymond, Bella Campos, Taís Araujo e Humberto Carrão reforça o peso do projeto.

No núcleo liderado por Raquel, Gilda surge como uma figura que promete emocionar e provocar reflexões, assim como Gildo fez há quase quatro décadas. A história se reinventa, mas a essência segue tocando o coração do público.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.