
O hábito de informar o CPF em lojas, farmácias e mercados parece inofensivo, mas pode colocar seus dados em risco. Especialistas em segurança alertam para o uso indevido dessas informações e os perigos que isso pode gerar, como fraudes, golpes financeiros e até roubo de identidade.
Com o crescimento de programas de fidelidade, cashback e benefícios fiscais, o CPF passou a ser solicitado com frequência em diversos estabelecimentos. Embora essa prática traga vantagens, ela também pode abrir brechas para a exposição de dados pessoais.
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Os principais perigos de fornecer o CPF
- Roubo de identidade
Com o número do CPF e outras informações básicas, golpistas conseguem se passar por você para abrir contas bancárias, solicitar cartões de crédito e até fazer empréstimos. Muitas fraudes do tipo começam com o simples fornecimento de dados em lugares aparentemente seguros.
Compras e contratos em seu nome
É cada vez mais comum que criminosos usem CPFs vazados para realizar compras online, contratar serviços ou até financiar produtos. A vítima só descobre quando a dívida aparece em seu nome ou ao tentar usar seu próprio crédito e ser barrado.
- Compartilhamento com terceiros
Muitos estabelecimentos compartilham os dados fornecidos com empresas parceiras, principalmente para fins publicitários. Isso pode gerar uma avalanche de ligações, e-mails indesejados e até exposição em bancos de dados não autorizados.
- Armazenamento inseguro
Farmácias, por exemplo, pedem o CPF para programas de fidelidade e controle de medicamentos. No entanto, nem todas as empresas investem o suficiente em segurança digital, o que pode facilitar o vazamento de dados em ataques cibernéticos.
Dicas para se proteger de golpes com o CPF
1. Evite fornecer CPF em toda compra
Sempre que pedirem seu CPF, pergunte para que ele será usado. Se não for necessário para nota fiscal eletrônica, programa de fidelidade ou benefício real, prefira não informar.
2. Desconfie de promoções muito vantajosas
Promoções que exigem cadastro com CPF e outras informações pessoais podem ser iscas para capturar seus dados. Verifique se o site ou loja é confiável antes de informar qualquer coisa.
3. Monitore seu CPF com frequência
Você pode usar serviços gratuitos como o Registrato (do Banco Central) ou plataformas como Serasa e Boa Vista para acompanhar movimentações suspeitas no seu CPF. Isso ajuda a identificar golpes rapidamente.
4. Cadastre seu CPF no sistema “Não me perturbe”
Isso reduz ligações de telemarketing e pode limitar o uso indevido dos seus dados por empresas que compram listas de contatos.
5. Cuidado com redes Wi-Fi públicas
Evite acessar aplicativos de banco ou inserir dados pessoais em sites enquanto estiver em redes públicas. Hackers podem interceptar as informações com facilidade nesses ambientes.
6. Use senhas fortes e ative autenticação em dois fatores
Mesmo que alguém tenha acesso ao seu CPF, você pode evitar que ele entre em contas e serviços com medidas extras de segurança digital.
7. Denuncie imediatamente qualquer uso indevido
Caso perceba que alguém está usando seu CPF, procure o Procon, registre um boletim de ocorrência e comunique seu banco e a Receita Federal. Quanto antes agir, menores os prejuízos.
Quando é seguro fornecer o CPF?
- Nota fiscal eletrônica: em muitos estados, informar o CPF garante a participação em programas como a Nota Fiscal Paulista ou Capixaba, que oferecem prêmios ou devolução de impostos.
- Farmácias e supermercados: se você participa de um programa de fidelidade e confia no estabelecimento, pode informar. Mas certifique-se de que a empresa tem políticas de privacidade claras e atualizadas.
- Instituições financeiras: bancos, operadoras de cartão e instituições financeiras exigem o CPF por razões legais. Nesses casos, o uso é legítimo, desde que com consentimento e segurança.
O que diz a lei sobre a proteção do CPF?
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) garante que o cidadão tenha direito à privacidade e controle de suas informações. Toda empresa que coleta CPF deve informar a finalidade do uso, garantir o sigilo e permitir que o titular solicite a exclusão dos dados quando quiser.
Além disso, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) fiscaliza o cumprimento dessas regras e pode aplicar multas em caso de infrações. Empresas que armazenam dados sem autorização ou compartilham com terceiros de forma indevida estão sujeitas a penalidades.
O CPF é mais do que um número: ele é uma das chaves da sua identidade. Embora muitos estabelecimentos solicitem o dado por motivos legítimos, o uso indiscriminado pode abrir caminho para fraudes graves.