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"O que pode ser?": queda de cabelo não é doença e sim um sintoma, explica médica especialista; entenda

Médica especialista no assunto esclarece os diferentes tipos de queda de cabelo e suas causas; veja se seu caso é preocupante

Queda de cabelo/Canva
Queda de cabelo/Canva

A queda de cabelo é um problema comum que afeta tanto homens quanto mulheres, mas poucas pessoas sabem que ela não é uma doença em si, mas um sintoma de várias condições subjacentes.

Em um período em que questões relacionadas à saúde capilar estão ganhando mais atenção, o assunto foi abordado pela médica tricologista Manu Recoder, que esclareceu as diferentes causas e tratamentos para esse problema.

A especialista também explicou que, assim como a febre pode ser sinal de várias doenças, a queda de cabelo pode indicar uma série de fatores diferentes.

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“A queda de cabelo é um sintoma que pode ser derivado de várias doenças,” explicou

Manu destaca a importância de entender que, por trás da queda capilar, existem múltiplas causas que devem ser tratadas de maneira específica.

Para explicar com mais profundidade as origens dessa condição, Recoder detalhou as diferentes formas de queda de cabelo mais comuns e suas respectivas causas, que variam de fatores genéticos a condições temporárias relacionadas ao estresse.

ALOPECIA ANDROGENÉTICA: A CAUSA MAIS COMUM DA QUEDA DE CABELO

A alopecia androgenética é a forma mais comum de queda de cabelo e afeta tanto homens quanto mulheres, embora seja mais prevalente entre os homens. Manu explica que essa condição tem uma base genética e hormonal.

“Nos homens, a alopecia androgenética geralmente se manifesta na coroa e na região frontal do couro cabeludo, enquanto nas mulheres, a perda de cabelo tende a ser mais difusa e afeta principalmente a região central do couro cabeludo,” comenta.

Em ambos os casos, o processo de queda de cabelo está ligado à ação de hormônios, particularmente os andrógenos, que podem afetar os folículos capilares, reduzindo o crescimento dos fios e acelerando sua queda.

O fator genético também desempenha um papel significativo, tornando a pessoa mais suscetível a esse tipo de calvície.

Sintomas de queda de cabelo/Reprodução
Sintomas de queda de cabelo/Reprodução

“EFLÚVIO TELÓGENO”: UMA REAÇÃO AO ESTRESSE

Outro tipo comum de queda de cabelo é o eflúvio telógeno, que se caracteriza por uma queda temporária dos fios.

“Essa condição frequentemente é desencadeada por eventos estressantes, como cirurgias, partos, doenças graves ou até mesmo mudanças hormonais significativas,” explica a médica.

O eflúvio telógeno pode ocorrer em duas formas: aguda e crônica. A versão aguda é uma reação rápida do corpo ao estresse, geralmente ocorrendo cerca de dois a três meses após o evento que causou o estresse.

Já o eflúvio telógeno crônico é uma alteração mais duradoura no ciclo de crescimento dos cabelos, que pode durar vários meses e afetar o cabelo de maneira mais constante.

Essa condição, apesar de ser alarmante, é geralmente reversível, desde que a causa subjacente seja identificada e tratada adequadamente.

ALOPECIA AREATA: A PERDA DE CABELO EM ÁREAS LOCALIZADAS

A alopecia areata é uma forma de queda de cabelo que se caracteriza pela perda de cabelo em áreas arredondadas e localizadas no couro cabeludo ou em outras regiões do corpo. Essa condição pode ocorrer em qualquer idade e está frequentemente associada a fatores genéticos e imunológicos.

“Na alopecia areata, o sistema imunológico do corpo ataca os folículos capilares, resultando na queda de cabelo em áreas específicas. Essa condição pode ser temporária ou permanente, dependendo do caso,” detalha Dra. Recoder.

Além de fatores genéticos, a condição também pode ser exacerbada por fatores emocionais e de estresse.

MAIS CAUSAS QUE PROVOCAM QUEDA DE CABELO

Além das condições mencionadas, existem diversas outras causas que podem contribuir para a queda de cabelo. Entre elas, estão as infecções do couro cabeludo, traumas físicos ou emocionais, hábitos compulsivos de tração dos fios, excesso de oleosidade, uso excessivo de produtos químicos, distúrbios da tireoide, má alimentação, estresse e até mesmo os efeitos colaterais de certos medicamentos.

“Após cirurgias, tratamentos como quimioterapia ou durante períodos de grande estresse, a perda de cabelo pode ser mais intensa, mas geralmente é temporária,” acrescenta Recoder.

Para lidar com esses casos, o primeiro passo é buscar a identificação da causa. Somente a partir de uma avaliação clínica é que será possível determinar o tratamento adequado.

Sintomas da queda de cabelo/Canva
Sintomas da queda de cabelo/Canva

TRATAMENTO DA QUEDA DE CABELO: CUIDADOS

O tratamento da queda de cabelo depende da causa subjacente identificada durante a avaliação clínica. Para a alopecia androgenética, por exemplo, existem opções de tratamentos tópicos, como o minoxidil, e medicamentos orais que inibem enzimas associadas à calvície.

“É fundamental que o paciente faça uma avaliação detalhada, pois, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores serão os resultados,” explica Recoder.

Além disso, ela alerta sobre os perigos do uso de produtos milagrosos ou medicamentos sem orientação médica.

“Não use produtos milagrosos ou medicamentos por conta própria. A orientação de um tricologista é crucial para tratar a alopecia de maneira segura e eficaz,” orienta.

Para outras formas de queda de cabelo, como o eflúvio telógeno ou a alopecia areata, o tratamento pode envolver terapias tópicas, medicamentos imunomoduladores e até mesmo terapias capilares que estimulam o crescimento dos fios.

A IMPORTÂNCIA DA AJUDA MÉDICA

Manu Recoder enfatiza que, ao notar sinais de queda de cabelo, é fundamental procurar um especialista. Muitas vezes, a queda de cabelo pode ser um sinal de que algo mais sério está ocorrendo no corpo, e tratá-la corretamente pode evitar complicações futuras.

A especialista destaca que, ao iniciar um tratamento de forma precoce, o paciente tem maiores chances de preservar os fios de cabelo e, em muitos casos, até recuperar a saúde capilar.

Por isso, é essencial a avaliação de um profissional qualificado, como um tricologista, que pode oferecer o diagnóstico correto e o tratamento mais adequado para cada tipo de queda de cabelo.